quinta-feira, 21 de junho de 2007

Ingenuidade

Essa pérola da sinapse é de autoria do meu graaaaaande amigo Celsão.

- Pô cara, sabe aquele posto no Imirim onde eu abasteço, né?

- Sei, no caminho do trabalho da sua mulher.

- Então, tô desconfiado da gasolina de lá, viu? Tá esquisita.

- Mas por quê?

- Pô, outro dia o frentista encheu o tanque até a tampa e derramou um pouco, saca?

- Isso às vezes acontece. Mas e aí?

- Então, acredita que onde a gasolina escorreu, arrancou a tinta do carro? Estranho isso.

Esse é meu amigo Celsão. Ele ainda desconfia...

Ps.: Prometo confirmar o endereço desse excelente fornecedor de combustível e publicá-lo aqui.

Viajar com prazer é com a MarTur

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Praia Grande fashion beach

Me digam que é mentira. Que eu não vi essa família e esse sujeito bizarro com essas botinas, embaixo de um sol de 30ºC.

Depois a darling reclama que eu não gosto da Praia Grande. Veja bem, não é que eu não goste da cidade em si. Eu não gosto é de ter que presenciar essas cenas grotescas. Como é impossível não ver essas aberrações por lá, o melhor jeito é não ir.

A cada dia que passa sinto mais saudades de SC. Eu quero voltar pra lá. Agora.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Chumbo trocado dói?

Os gênios do Vaticano, pródigos que são nas posições conservadoras, continuam a defender seus princípios de fé a respeito do aborto com as mesmas premissas de sempre. Até aí é um direito deles e merece todo respeito.

Mas daí para recomendar que os católicos deixem de contribuir com a Anistia Internacional, por causa das divergências entre esta e aquela sobre o aborto é algo demais, não? Se tiver dúvidas leia aqui.

Vamos acatar essa insensata diretriz vaticanenense e levá-la às últimas conseqüências. O tio Xavier sugere algumas contrapartidas possíveis:

1) Que a Anistia Internacional recomende aos seus militantes que deixem de denunciar a violência contra sacerdotes e religiosas, por parte de governos autoritários e latifundiários.

2) Que todas as mulheres vítimas de estupros, incestos ou com gestações de risco mútuo se mandem para o Vaticano a fim de receberem a assistência financeira, médica e psicológica para superarem suas desgraças.

3) Que os rebentos frutos dessas gestações sejam todos criados pelo Vaticano, recebendo o melhor em educação, formação e conforto nas barras de saia cardinalícias, muito mais abastadas do que as de suas genitoras.

4) Que todo e qualquer bebê ancéfalo, depois de nascido seja mantido nos mais caros hospitais de cada localidade e a conta seja enviada ao Vaticano.

5) Ou então, que seja lançado o VatiMed: Um plano de saúde pública de alcance mundial, utilizável em qualquer hospital particular. Os cartões seriam enviados a todas as mulheres vítimas de violência sexual ou com disfunções uterinas, sem a necessidade de inscrição prévia. Todos os custos seriam bancados pela Igreja Católica Romana de cada país, que receberia as contra-faturas dos hospitais e pagaria as despesas imediatamente e em espécie.

6) Que os padres que não respeitem seus votos de castidade e protagonizem peripécias sexuais, vão trabalhar no mercado privado para dar o amparo financeiro cabível a cada caso, seja aos seus parceiros(as) sexuais ou ainda os filhos frutos desses relacionamentos.

7) E, finalmente que os eventuais casos de pedofilia protagonizados por clérigos sejam excepcionalmente tratados com penas de outro código religioso - o Islamismo - e, neste caso mediante amputações.

E então, aí pode?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Vou-me embora pra Pasárgada

Pois é. Estava tãããão bom semana passada em SC. Aliás, sabem como se denomina "mulher feia" em SC? Turista. Ô lugarzinho bão para se apreciar as obras carnais da natureza. O Barba-Supremo deve ter alguma predileção por aquele lugar, porque ele não colocou nenhuma mulher feia lá. Só quem coloca algumas são os fluxos migratórios e a CVC.

Mas o tio não é amigo do rei. Nem sequer possui um LP do rei autografado. E tem que se contentar com a labuta até que o pacote CVC tri-anual esteja pago, para poder encarar outra curtíssima incursão às belezas do Sul. Na próxima sem dúvida o tio vai de carro. Porque ficar refém dos programas de índio pega-turista-trouxa da operadora de turismo é tocaia da boa. São os passeios-galo. Cada rolê deixa cinqüentinha. Um galo pra almoçar, um galo pro ingresso e assim vai.

- Gente, amanhã nós vamos estar indo para o Beto Carrero World.
- Obaaaaaaa.
- Mas no pacote só tá o passeio, não o ingresso.
- Ahhhhhhhhhhh.

E lá vai cinqüentão mais cinqüentão.
- Gente, a gente vamu almoçar no Ataliba, que é uma das melhores churrascarias do Sul.
- Obaaaaaaa.
- É cinqüentão pra cada casal, mais dez por cento, a sobremesa e as bebidas são à parte.
- Ahhhhhhhhhhh.

No outro dia entra um cara diferente no busão:
- Olá gente, eu vou acompanhá-los no passeio de hoje.
- Obaaaaaaa.
- Com esta câmera eu vou filmar tudo. Depois cada um me paga cinqüentinha pelo DVD que vou deixar no hotel.
- Ahhhhhhhhhhh.

E a sucessão de obas e ahs não cessa.

Pior foi a tour de compras. Pegaram a galera para ir aos "Lojões de Fábrica". Para quem mora em Sampa, loja de fábrica é sinônimo de peças baratas, liqüidações, sonegação fiscal e uma festa de preços baixos. Fomos à Hering®. Quer coisa mais em conta do que malhas Hering®? Eu quero, porque não achei um ítem barato lá. Uma arapuca. Tinha uma suposta promoção com bolinhas coloridas coladas nas etiquetas. Os descontos variavam de vinte à sessenta por cento do preço etiquetado. Se não tivesse bolinha o desconto era de dez porcento. Adivinhe se alguma peça tinha bolinha de cor? Acertou quem disse nenhuma. Aí uma calça jeans básica - no Brás ou no Bom-Retiro em Sampa custa no máximo cinqüenta reais - estava lá por noventa. Com os generosos dez porcento, caía para oitenta e um reais. Vão se catar.

E no almoço me aparece uma sujeita com uma câmera digital fotografando as famílias. Eu jurava que ela era do grupo dos turistas, querendo recordar os companheiros de viagem. Jurava no pretérito imperfeito mesmo. Porque meia-hora depois ela me aparece com um liiiiiiindo chaveirinho de plástico transparente com a nossa foto. Cincão. Peguei logo, primeiro porque foi a coisa mais barata que me empurraram na viagem. Segundo, porque diz uma lenda que esses fotógrafos de passeio fazem macumba com as fotos dos que não compram. Por cinco reais, melhor não arriscar.

E o vôo da TAM? Serviço de bordo é o famoso "Viaje conosco mas na volta não estamos nem aí". Na ida foi sanduíche de peito de perú defumado com requeijão, sucos de cinco variedades, refrigerantes e até cerveja e vodka. Na volta? Um saquinho de quinze gramas de amendoim torrado e suco de laranja sem gelo. Quinze gramas de amendoim não dava dez grãos. Não comi nem bebi com medo de fazer falta pra eles. E o Comandante Rolim dando voltas no caixão.

O vôo de volta era pra Congonhas. Mas como todos sabem, não há ralos na pista de Congonhas. Então chuvão caindo, vamos que vamos pra Guarulhos. E cadê a mala do tio Xavier na esteira? Tomou Doril. Por sorte a mala-clone esquecida na esteira estava com o nome de um passageiro que identifiquei a tempo de parar o busão da TAM que ia levar ele e o resto do povão pra Congonhas. E toca a mulher da TAM parar o busão com o Nextel, pro tio Xavier destrocar as malas. Aliás, mala é quem não olha a etiqueta quando retira a sua. Cacete, é para isso que os caras do check-in etiquetam tudo. Mobral nele! Mas essas coisas têm que acontecer sempre com o tio.

Segundona, cheguei no escritório e minha mesa de trabalho parecia protocolo de serviço público. Fora os e-mails malcriados de clientes. Aí eu queria sumir, mas não podia. Pensei em pedir as contas no RH. Cheguei a escrever a carta de demissão, mas lembrei em tempo hábil que sou dono da empresa. Que merda, alguém que me tire daqui por favor. Pára que eu quero descer.

Agora é quarta-feira, a pilha não diminuiu, os clientes malcriados não cessam de exigir meu sangue pelos míseros reais dos contratos de serviço e projetos, a grana tá curta, a conta de telefone atrasada, o aluguel do prédio vence amanhã.

Vão tudo à merda. Na falta de Passárgada e do LP do Roberto eu vou é pra Praia Grande, encher o saco do cunhado. Cunhado é melhor você encher o saco dele antes que ele venha encher o seu. Ainda mais se ele tiver apartamento no litoral. Fui.

Long Beach, pronta ou não aí vou eu. Com meu Motorádio® e minha bóia de câmara de ar.