segunda-feira, 30 de junho de 2008

A Coca-Cola de ouro do Habib´s

Incrível. Enquanto o mundo se desespera com o preço do barril de petróleo, o Habib´s se esbalda com o novo ouro-negro. Tente ler o terceiro item desse cupom abaixo.

Conseguiu? Só pra confirmar: a descrição é 2 COCA ZERO LATA e o precinho... OITO REAIS E OITENTA CENTAVOS. Uma mísera latinha de 350ml de Coca Zero vendida por R$4,40. Praticamente o preço que se pagaria em uma boa balada. Só que com iluminação fluorescente, garçons péssimos e sem DJ. Quase igual. Logo abaixo está a Coca normal. Beeeeeem mais em conta: R$3,30.

Da próxima vez JURO que vou sacanear. Levarei uma latinha de refrigerante de casa pra tomar lá e pedirei só as esfihas. Se o gerente fizer a menor menção de falar algo eu dou um jornal de supermercado pra ele.

Em tempo: "Habib" em árabe quer dizer "Amigo". Ainda bem. Se fosse inimigo então...

Traga a pessoa amada em 7 dias

"O seu amor te deixou? Você não está mais sendo correspondida(o)? Ele(a) não quer saber de casamento e está te enrolando? Brigas, intrigas, separações, traições entraram em sua vida sentimental? As invejas das pessoas tem atrapalhado e amarrado sua vida amorosa? A pessoa que você deseja não quer mais ver a sua cara e os outros dizem que este relacionamento não tem mais futuro?"
Seus problemas se acabaram! Acabo de encontrar um site que vende um sensacional KIT DE AJUDA SENTIMENTAL que contém TÉCNICAS INFALÍVEIS PARA A VIDA SENTIMENTAL e a DEFINITIVA RESTITUIÇÃO AMOROSA.

Quando eu penso que já conheço todo tipo de picaretagem a humanidade ainda consegue me surpreender. Pela foto que decora a página principal, quando esse casal restituiu sua vida amorosa, os Beatles estavam lançando Sargent Pepper´s e eles dançaram ao som de Lucy in the sky with diamonds.

Quer mais? O site promete TÉCNICAS QUE FARÁ (sic) O SEU AMOR VOLTAR RAPIDINHO. Espero que as técnicas não sejam como a concordância verbal do autor.

Pra você que está lendo com cara de cético, o tio mata a cobra e mostra a cobra morta: ENTRE AQUI.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Premio Nobel da abordagem comercial

Vagão do trem. Um cenário já bem familiar pra mim há alguns meses. Proibidos dentro dos trens os vendedores ambulantes agora andam disfarçados. Entram como qualquer outro passageiro, geralmente com uma mochila ou bolsa de nylon e, mal o trem parte, desandam a vender todo tipo de quinquilharia: canetas, isqueiros, doces e outras coisas. Sempre de baixo valor agregado, talvez porque as apreensões sejam freqüentes.

Eu estava sentado no degrau ao fundo do trem, naquelas portas que ligam um vagão ao outro mas ficam travadas já faz tempo. O trem começou a andar e um vendedor sacou de uma pilha de "chocolates" (entre aspas mesmo) e ligou a matraca:

- Olha aí gente, chocolate da melhor qualidade. Quem assistiu o Domingo Legal viu a propaganda. No Extra tão vendendo por quatro réau, no Carrefour três e oitenta e eu vendendo por apenas três reais. Mas peraí... Xi gente! - O sujeito faz que está olhando para um ponto infinito na plataforma, vários passageiros tentam ver também - o segurança me viu. Agora ele vai avisar pra próxima estação. Vou perder tudo pro rapa. Mas a vida de ambulante é assim mesmo.

O malandrão olha pra cara dos passageiros consternados. Alguns deviam estar pensando: "coitado, trabalhando; não tá roubando". Foi quando o vendedor de "chocolates" resolveu fazer uma liquidação:

- Aí gente, sujô mesmo. Vou acabar com tudo. Prefiro perder pra vocês do quê pra eles. É um real só. Um real cada, pra acabar com tudo. Podem ficar com todos. Eu me viro depois com esses trocados e começo minha vida de novo.

Senti vontade de rir, mas parei ao perceber um rebuliço total entre os passageiros. Procuravam trocados nas bolsas pra aproveitar a promoção bota-fora do mascate. Foi um arraso. O cara vendeu uns trinta "chocolates" em alguns segundos. De duas moças que estavam do meu lado, ouvi uma dizendo pra amiga que ia pegar logo dois, porque essas coisas não acontecem duas vezes. Inacreditável.

Terminada a venda-relâmpago o cidadão desceu normalmente na próxima estação. Acho até que esqueceu que estava fugindo. A pinta era mais de quem tinha cumprido a missão.

Agora vamos ao produto: a moçoila do meu lado quando eu desci já estava comendo um. Pude perceber na parte mordida que o mais próximo de chocolate era uma fina cobertura marrom-escura, sabe-se lá do quê. Dentro predominava uma gororoba abiscoitada e esfarelenta. A sujeita nem percebeu, tal voracidade com que comia. Ou nunca comeu um chocolate de verdade.

Esse povo todo tem título de eleitor, viu?

domingo, 22 de junho de 2008

El matador

Sábado frio + festa junina de escola infantil. Combinação tolerável pra quem curte quentão, vinho quente e iguarias à base de milho como no caso do tio.

Estava eu a conversar com uma bonita mãezinha de aluna, quando a própria cria chega perto da gente:

- Tio, o senhor é bom de pontaria?

- Apenas o melhor. Por quê?

- Então toma esse ticket. Acerta a boca do palhaço e ganha uma bola pra mim, tio? Por favor.

Depois da minha bravata, sob olhar da mulherada, só me restou ir lá encarar o tal palhaço. Lá descobri que eu tinha que acertar três de quatro bolas fornecidas. Gelei, pois até os bravos do oeste suam frio numa hora dessas. Peguei a primeira, me concentrei, fixei o olhar na caçapa do horroroso palhaço e arremessei: tuf! Bem no centro da boca, sem tocar nas bordas. Lá vai a segunda: tuf! Idem. E a terceira: tuf! No fundo da goela. Dispensada a quarta chance, olhei para as funcionárias da barraca boquiabertas e decretei, quase nada arrogante:

- Dá a bola pra menina.

Saí com o peito estufado e voltei à jovem senhora com quem eu proseava. Dela recebi esfuziantes agradecimentos pelo feito heróico.

Domingão

Frio pra caramba, geladeira e armário vazios. Nothing to cook. Vontade de fazer rango então... putz.

Neste momento ocorreu-me uma idéia luminosa. Em homenagem ao centenário da imigração japonesa, sugeri à darling irmos ao Aquário Itaquera cumprimentar a comunidade nipo-brasileira da zona leste paulistana. Claro que a propósito de almoçar yakissoba quentinho. Lá é um misto de loja de aquarismo e pesca, parque de diversões e tem um mini-shopping com alguns pequenos restaurantes de famílias japas, em estilo fast-food. Bem melhor do que ir pro fogão.

Por míseros vinte reais nos entupiremos do delicioso e fumegante macarrão nissim com legumes, verduras, frango, carne e camarão.

Melhor e mais oportuno impossível.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Isso sim é telemarketing

Nada de pentelhos ligando pra sua casa para lhe oferecer quinquilharias. O telemarketing agora é diferente. Basta você usar um orelhão pra encontrar desde folhetos Herbalife até esses singelos adesivos colados por moçoilas que fornecem momentos de prazer mediante remuneração.

Nunca antes na história deste país
elas divulgaram tão bem os serviços.


quinta-feira, 12 de junho de 2008

Orgasmo com o genital alheio

Na noite passada aproveitei que cheguei em casa mais cedo e fui me deitar idem. Não só por cansaço acumulado, mas ocorre que estava sendo televisionada uma partida futebolística muito comentada e eu até que comecei a assistir. Mas as cenas me indicavam algo que eu já esperava. Dos times finalistas, o que estava com vantagem da bela vitória na partida anterior entrou em campo sem nenhum empenho, no melhor estilo "já ganhamos mesmo".

Nada mais traidor e enganador do que cantar a vitória por antecipação. O resto, bem... creio que todos já saibam. Pois este escrevedor, que ainda tem uma estima incurável pelo time paulista finalista, se recusa a assistir a qualquer coisa cujo protagonista apresente má vontade. Seja um show musical, seja uma palestra, missa, aula ou uma partida esportiva. É muito simples: se não está a fim de fazer algo não saia de casa, penso eu. Desse modo, finda primeira e já desonrosa etapa da peleja, desliguei a TV e recolhi-me aos aposentos.

Só que algo me surpreendeu e penso que seja uma estatística de migração nunca antes verificada. É que na capital paulista, ao menos na Zona Leste, a esmagadora maioria da população talvez seja de migrantes especificamente pernambucanos (e ingratos por sinal). Isso explicaria o porquê do foguetório digno de reveillon. Cheguei a cogitar que estivéssemos sendo invadidos pelas FARC. Eliminada a cogitação, voltei à primeira hipótese e desenvolvi uma segunda: podia também ser gentalha, cujos times não apareceram nem no rodapé da classificação. Confirmado isto, eles estariam, digamos assim, ejaculando com os pênises de seus amigos pernambucanos. Duas hipóteses para o estranho foguetório.

Se esta última se confirmar já posso imaginar a cena: na casa de cada pernambucano estariam reunidos torcedores de times não-finalistas. Eles estariam se revezando a massagear os órgãos sexuais dos seus anfitriões. Após o clímax orgásmico destes, os visitantes talvez fizessem outra coisa que não descreverei aqui e saltitariam para o quintal a soltar rojões. Isso, obviamente, enquanto suas esposas terminavam o serviço de agradar aos amigos anfitriões. Tem lógica.

Enfim são hipóteses e, como tais, podem plausivelmente transitar da especulação migratória massiva até versar sobre as preferências sexuais dos soltadores dos rojões. Ou tudo isso junto. Quem há de saber?

domingo, 8 de junho de 2008

O cãozinho dos teclados

Um brilhante deputado e sensacional cantor neste momento está na TV Record apresentando mais um hit que promete. Sinta a poesia:
Casado também namora,
casado também namora.
Casado é namorador,
longe da sua senhora.
Eu gostaria de acrescentar algo, mas a canção supera tudo. Viva a TV aberta.

sábado, 7 de junho de 2008

High tech, high score

Prova de História. Ou "Bases Históricas e Filosóficas da Educação" como estabeleceram no currículo. Tio Xavier, que está numa correria lascada no trabalho, não tinha estudado nada. Os textos mofavam na pasta surrada e o livro comprado continuava novinho em folha. Conhecimentos próximos de zero.

Quinta-feira, chego à facu quase na hora da prova. Nem aquela releitura de última hora rolou. Olho em volta e vejo as coleguinhas se matando com papeizinhos, fotocópias reduzidas e coisas assim, vulgarmente conhecidos como "cola". Algo que abomino.

Sem querer entrar no ritmo dos mini-lembretes, o tio pensa, repensa e lembra! Os textos da matéria estavam na conta do GMail. Será que não dava pra acessar as mensagens com o celular - mais exatamente essa maravilha - baixar os textos e deixar no jeito para consultas furtivas na hora das questões? Claro que sim. Apenas um dos textos me faltou e caíram duas perguntas do capítulo. Mas no restante, beleza.

Agora acabo de receber a nota por e-mail. Considerando que eu não sabia a diferença entre Michel de Montaigne e as fábulas de La Fontaine, mais o texto faltante, tirar 8 foi de ótimo tamanho. Ainda mais se me garantiu fechar a média por antecipação.

A tecnologia não é maravilhosa?