segunda-feira, 31 de março de 2008

Fala sério: isso é camisa de time?

Her, her comes


Essa jóia imaginária da indústria automobilística, jamais antes construída é nada menos do que o lendário Match-5 em tamanho real. Concebido no Japão durante a década de 60 para o desenho animado Speed Racer, o M-5 é capaz de peripécias que fariam Henry Ford se sentir um babaca com seu tôsco Ford-T. Neste fim de semana o M-5 estava em exposição em no Shopping SPMarket em Sampa. Que viu, viu. Porque a estas horas já foi embora.

A réplica, para um especialista como o tio que decorou até as falas dos episódios, poderia ser bem melhor. A começar pela ausência dos botões alfabéticos no volante. No desenho eles fazem toda a diferença, já que acionam as traquitanas mecânicas e eletrônicas mais fantásticas. Porém, para quem passou a infância sonhando em possuir o M-5 e ser o próprio Speed Racer, poder ver de perto e fotografar seu sonho é perto de impagável. Foi por isso que atravessei a cidade (cerca de 150Km ida e volta) só para tirar fotos.

Se você tem menos de vinte e cinco anos ou mais de quarenta e cinco, por razões diferentes talvez não conheceu Speed Racer e seu fabuloso Match-5. Veja o vídeo abaixo, da abertura da série original. Uma viagem. Espero que o filme, que chegará à nossas telonas daqui dois meses, não peque por excesso de computação gráfica. O desenho, nem tão animado assim, com um visual tosco encantou toda uma geração de garotos. Como o tio há algumas décadas.


domingo, 30 de março de 2008

Moção de repúdio: Livros no lixo em Sampa

Venho por meio desta manifestar a ojeriza com que li a notícia do JT de 1º/02/08, republicada na revista Nova Escola de março. Já faz umas boas semanas, mas acreditam que seja possível a direção de uma escola pública jogar no lixo dezenas de livros em bom estado? Isso é muito sério! Como não gosto de palavras ao vento, seguem os dados do estabelecimento:
Escola Municipal Professora Ruth Lopes de Andrade
Rua Jundiapeba, 177 - Vila Zelina - São Paulo - SP
Fone (11) 2341-3992
Vice-diretora: Laíde da Costa Ribeiro Sales (palmas pra ela!)
Diretor(a): Não consegui descobrir (deve estar escondida debaixo da mesa)

Resumindo, a escola ensacou e depositou em uma calçada nas proximidades algo como QUATROCENTOS LIVROS diversos, incluindo obras literárias clássicas e autores de renome. Moradores encontraram o descarte cultural, recolheram e denunciaram o fato. Parabéns para todos os vizinhos.

A desculpa dada pela vice-diretora-bucha-de-canhão (o diretor ou diretora na ocasião tomou Doril) foi que os livros e o armário respectivo tinham sido atacados por insetos da espécie wababeelooba-wabenboon. No iluminado pensamento educacional dos (ir)responsáveis, os livros não tinham mais utilidade. Contudo, os moradores que recolheram os sacos comprovaram a mentira. Quase tudo estava em bom estado. O material foi reconduzido à SME e diz uma lenda que foi aberta uma sindicância para apurar os fatos. Só mais um detalhe: ao contrário os livros, o armário onde estiveram não foi descartado nem estava infectado. Talvez serviria para guardar pertences pessoais, acessórios de sex-shop, vídeos pornôs e sabe-se lá mais o quê.

Reflitamos: que merda de coordenadores educacionais em sã consciência jogam fora livros? Talvez preguiçosos da mais irrelevante qualidade. Desses que fajutam os planos educacionais da escola com firulas e parágrafos prolixos, mantém os pais o mais longe possível da escola e simulam ensinar. Quem sabe profissionais sem Ética e de Moral deficiente, incapazes de incentivar a leitura aos alunos. Desses que fingem ser educadores, quando vivem nas tetas do Estado, amparados pelo concurso público. Seres aproveitadores dos mecanismos de aprovação automática que - imaginam eles - os desoneram da responsabilidade da repetência escolar. Gente que pouco se importa se uma criança ingressa na escola, paga com os suados impostos dos cidadãos, e dela sai após o fim do Ensino Fundamental sem sequer saber escrever uma frase sucinta ou compreender um conto dos Irmãos Grimm (que também estavam no lixo).

Gentalha desse tipo merece, no máximo, engrossar as fileiras dos programas bolsa-miséria, almoçar no Bom Prato e pedir bilhete de desempregado nas filas da SPTrans, pra não dizer outras coisas.

Eu sentiria vergonha de olhar para um aluno por muito menos que isso. A propósito, alguém saberá dizer se os crápulas foram punidos? Agradeço informações.

sábado, 29 de março de 2008

Coisas que só acontecem com os outros

Acabo de tomar conhecimento de um fato muito triste. Recebi um telefonema me dando conta de que o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da TAM é um ex-colega de trabalho meu. Eu ando totalmente alheio de noticiários, sobretudo quando se trata de notícias funestas, mas o informante que também trabalhou conosco sabia bem de quem se tratava.

Dario Scott é um daqueles seres sensatos, ponderados e equilibrados. Não me lembro jamais de tê-lo visto alterado, ao menos durante nosso convívio profissional. Às vezes triste, às vezes preocupado com as dificuldades, como qualquer pensante. Mas nunca a ponto de perder as estribeiras. Pesquisei notícias na web e soube o pior: a vítima do vôo fora Thaís, filha única do casal. Me veio à mente a máxima nua e crua de que a vida é volátil e estamos aqui de passagem. Ora mais longa, ora breve.

Conheci Thaís por volta de 2000 quando tinha apenas nove anos. Não teria nenhum motivo para canonizar a quem quer que fosse, mas a lembrança que me vem à mente é de uma menina meiga, exemplarmente educada e alegre. Em uma das ocasiões em que almocei na casa do casal Dario e Ana Volpi - esta última neta do pintor Alfredo Volpi -, Thaís me recepcionou como se eu fosse o embaixador britânico. Na mesa da refeição, minuciosamente arrumada por ela, haviam papéis grafados com letra de criança indicando os lugares. Gentilezas que duraram todo o tempo que passei lá. Ao final daquele almoço me senti de fato como alguém importante. E fui. O pai e a mãe notadamente também ensinaram à Thaís o bom trato com o semelhante.

Após nos desligarmos da empresinha onde trabalhamos no ABC paulista, suponho que Dario deva ter viajado para vários cantos dando suporte intelectual e tecnológico para os trabalhos acadêmicos da esposa. Assim o fizera na década de 90 na Europa. Por essas e outras, perdemos o contato. Há poucos meses passei a cinqüenta metros da casa onde moraram. Cheguei a pensar em bater mas, certo de que não os encontraria, desisti.

De alguma forma foi até bom. Eu não saberia conter meu desconcerto caso encontrasse algum parente morando lá e soubesse da absurda tragédia que abateu a família Scott. Thaís, então com dezesseis anos, vinha do RS junto com uma amiga para visitar a saudosa avó. Mas infelizmente estavam no fatídico vôo.

Meus sentimentos ao Dario e à Ana. Que Thaís descanse em paz. Sua lembrança será para mim a da menina bonita, amorosa, vivaz e educada que nunca esquecerei.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Roteiro gastronômico do submundo 2008-2

Subtítulo: AO DIABO COM OS NABOS

Há algumas semanas eu e os meus "chefes" iniciamos uma odisséia jamais antes tentada pelo homem: encontrar um bom lugar para almoçar com comida boa, preço honesto e um mínimo de decência no atendimento. Note que não mencionei questões sanitárias. Não é que sejam presumidas nem que estejam implícitas. É que abandonamos esse quesito por pura preservação da espécie. Almoçar nas ruas de uma metrópole não é tarefa simples, ainda mais se você começa com muita frescura. Já visitamos dezenas de milhares de botequins e ainda não encontramos a Shangri-lá do comercial com bife e ovo frito.

Como já era a centésima-quadragésima primeira tentativa, ao passarmos pela Rua Domingos Rodrigues 423 apenas entramos. Nossos olhos esbugalhados e olheiras denunciavam a voracidade do apetite. Sem questionamento pegamos nossos pratos e fomos nos servir. Era apenas mais um do inédito sistema self-service (ou "serve-serve" como pronunciam alguns serviçais menos letrados).

Para alguém como eu que desde cedo hoje estava com gana por ver um boi no rolete, a visão do buffet não foi das melhores. As coisas me pareceram meio estranhas, mas já era tarde demais. Entre tantas coisas havia uma massa esverdeada sob um pingo de molho que me sugeriu ser uma panqueca recheada de carne. Abracei. Mas ao comer notei que o queijo branco dentro não se parecia em nada com coxão-mole moído. Ricota. Depois peguei algo que lembrava um hambúrguer. Não era muito bom, mas não consegui definir do que era feito. Agora estou lendo o folheto que apanhei na saída, no qual se lê: "hambúrguer de PVT". Não vou pesquisar o têrmo na internet porque se eu vomitar terei que sair para comer um cheese-salada-bacon imediatamente.

Bem que eu achei cultureba demais a decoração do lugar. Era cheio de livros em estantes, revistas, objetos decorativos e fotos da natureza. Mas ingenuamente não percebi o óbvio. Após comermos (mal) e saírmos de lá, senti um alívo quando avistei uma feira-livre com uma barraca de pastel onde devorei um sem cerimônia. De carne, obviamente. Nada como gordura saturada, carne e massa cheia de carboidrato para saciar um primata selvagem.

Se você se interessou pelo estabelecimento comentado, beleza. Nada contra. Clique AQUI e aprecie. Já eu não vejo a hora de chegar o almoço de amanhã pra eu descontar. De preferência em uma churrascaria.

sábado, 22 de março de 2008

Audio-vingança

Você tem vizinhos chatos? Que tal enlouquecê-los de vez? O tio Xavier oferece a você que quer fazer seu vizinho se mudar e vender o apartamento a preço de banana a solução infalível.

É muito simples: basta plugar a saída de áudio do PC no aparelho de som, botar o volume no último e apertar o play. Quando a reclamação bater à sua porta disfarce e siga as instruções para cada caso.

Festa aqui? Desculpe, mas você me acordou.


Eu também ouvi portas batendo, mas achei que eram do seu apartamento.


Faxina aqui? Nem aspirador eu tenho. Você tem bebido?


Quando a polícia bater à porta, desligue as luzes e atenda com cara de sono:


Eu também detesto violino. Se você descobrir quem é me avise.


Pois não, dona síndica. Bebê aqui no meu apartamento? Esse vizinho está delirando (ele usa drogas, viu?)


Desculpe, mas eu nem tenho ferramentas elétricas. Deve ser o apartamento do lado.


É que nós somos sexualmente insaciáveis. Nossa, vocês não fazem sexo aí?


Basquete? Claro, bem vindo à sede do Chicago Bulls. O Michael Jordan está distribuindo autógrafos.


Gritos? Eu também ouvi e pensei que vinham do seu apartamento. Estou com muito medo. Será uma alma penada?


Deve ser esse pessoal de cima. Que saco né?


Nossa, quem terá um telefone desses ainda?

quinta-feira, 20 de março de 2008

Nota fúnebre

Faleceu por volta das onze horas desta manhã, o senhor Avô Xavier, após uma parada cardio-respiratória. Com sessenta e nove anos incompletos, o aposentado vinha em desabalada diminuição da saúde. Ao que tudo indica fora auto-vitimado por seus cinqüentenários vícios tabagista e alcoólico, acrescidos do desapreço pela vida.

Pai de um casal de filhos e avô de cinco netos, deixa viúva dona Avó Xavier, de sessenta anos.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Prova de Direito Penal Internacional

"O Senado do Chile aprovou nesta terça-feira (11) uma minuta de acordo para a extradição do chileno Mauricio Hernández Norambuena, condenado a 30 anos de prisão no Brasil pelo seqüestro do publicitário Washington Olivetto.

Segundo fontes parlamentares, o texto, aprovado pela maioria do Senado, pede que a presidente Michelle Bachelet interceda para que Hernández termine de cumprir sua pena no Chile."

(Fonte: Folha/Uol)

Vamos às questões. Respondam à caneta no papel timbrado e coloquem seus números de matrícula bem visíveis. Cada questão vale dois pontos e meio:
  1. Esse lixo estava no Brasil todo esse tempo?
  2. Quanto de despesa ele já nos gerou?
  3. A conta da estadia vai ficar por issso mesmo?
  4. Esses caras do Chile não podiam tê-lo pedido para pagar pena em seu país de origem há mais tempo?

domingo, 16 de março de 2008

Drops anti-DVD: Eu sou a lenda

Vão à merda. O Will Smith era mais legal em "Um maluco no pedaço". Que filme mais bobo esse "Eu sou a lenda". O povo americano deve ser muito paspalho se por acaso gostou disso. Se bem que um povo que vive mitificando e construindo heróis... deixa pra lá.

Não me pergunte como chegou às minhas mãos, nem alugue quando chegar à locadora perto da sua casa. Perdi uma hora e meia da minha vida. Se quiser algo do gênero, prefira o bom e velho Resident Evil, que é muito mais legal e mais original.

Drops DVD: Efeito Borboleta

Tente conceber o samba-do-crioulo-doido que podia dar se Einsten e Freud parassem para beber em uma cervejaria e enchessem o latão:
- Booooorra Vróidx... vozê é beu abigu... Zabe que uzuniverzu baralelo (hic!) zaum uba bozibilidadix gongreta.

- Olha Aiztem... vozê é beu aaaa (hic!) bigu. Baiz ajo... ajo... olha... brezta atenzaum... que dudu num baza de um vai-i-i-i-i (hic!) e veeeem di lembranza da benti hubãna.


- Vróidx, ibagina zi um gara... (hic!) budesse bergulhar nos lasp... lasbz... lábzus de tembo da bebória e bejer nu pazadu?
Horas e canecas depois os caras resolvem escrever um enredo cinematográfico juntos. Só que quando se reencontram para escrever o enredo estão sóbrios. O resultado seria algo como Efeito Borboleta.

Se você gosta de enigmas sobre o funcionamento da mente humana e teorias sobre universos paralelos, Efeito Borboleta é o seu filme. Bom mesmo. O melhor é o filme chegar no final e você ficar repensando se sacou corretamente ou se tudo não terá passado de ilusão. A interpretação dependerá também de suas inclinações: se você lê mais Freud ou Stephen Hawking.

Eu não conhecia o ator principal, nem a atriz coadjuvante e também não olhei na caixa quem é o diretor, a produtora, nada. Pela capa tem tudo para ser um "filme B". Mas o filme é bom e ponto. Também não gastarei meu teclado para colar a ficha técnica aqui. Desta vez, procure você mesmo pela internet. Quer saber? Assista ao filme. Você não se arrependerá.

quinta-feira, 13 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

Da série: "O poço das antas"

Na boa, amigo:

Primeiro estude bem o infinitivo dos verbos com eles. No mínimo fará bem para você.

Depois não deixe eles escolharem nada, seja lá o que signifique escolhar.

Procure sempre usar teclados que tenham ponto de interrogação, para suas perguntas parecerem perguntas.

E, finalmente, peça para a Coordenadoria Pedagógica escolher outro docente para a essa turma.

Urgente.

Us govenos não ce emporta com a eduação

Acho que já expliquei isso aqui mas a graduação que estou cursando inclui, além das tantas matérias presenciais, mais uma aplicada pela internet, como Ensino à Distância (EAD). Nos disseram que é uma exigência do MEC e tal, o que não fiz questão de checar. Acho que os adultos têm que ser maduros o suficiente para fazer ao menos parte do seu aprendizado na base do "se vira nos trinta". O EAD é um sinal dos tempos modernos e não tem mais volta.

Semana passada o docente aplicou uma questão para ser respondida no fórum da matéria. A pergunta feita pelo professor era um tanto subjetiva. Provavelmente objetivava perfilar os alunos para situar o professor e era a seguinte: "EM SUA VISÃO, QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA ATUAL EDUCAÇÃO BRASILEIRA?"

A resposta mais sensacional foi essa: (clique para ampliar)

Detalhes: a autora é universitária e pretende ser professora.

terça-feira, 11 de março de 2008

Às traças

Concordo se você disser que isto aqui está em abandono completo. Não é falta de assunto não, porque tenho uma coleção de absurdos para compartilhar. Mas está me faltando tempo. Falando em tempo, já é uma e meia da tarde e tenho um cliente às duas em Osasco.

Com licença.