sábado, 16 de dezembro de 2006

Vai que é sua, Nerivan!

Como já comentei algumas vezes o tio não se dá ace$$o à TV por assinatura. Dessa forma resigna-se a ter em casa somente os canais abertos da maravilhosa TV brasileira. Embora a recusa em pagar possa ser confundida com avareza, esclareço que não é bem assim. O tio se sacrifica e paga por aquilo que preza usar, o que exclui previamente a TV. Meus gastos mensais com banda larga, equipamentos de informática e mesmo as aquisições de aparelhos sonoros superam de longe qualquer importância que eu quiçá cogitasse pagar pelas diversões televisivas. Enfim, TV para mim é algo quase dispensável. Já o computador, um vício.

Neste momento estou com meu notebook na sala de minha casa. Entre uma navegada e outra na internet ouço minha coleção em mp3 do saudoso grupo americano Shalamar. A TV está ligada na Gazeta. Porém tirei o som. As imagens que estou presenciando são de um programa de décima categoria. Há um ilustre desconhecido apresentando atrações musicais cujo visual é bizarro: mulatas e caboclas de cabelo mal-pintado de loiro rebolando, baianinhos bombados vestindo camisas babylook, cantando e rebolando tanto quanto aquelas e pseudo-músicos encenando o instrumental. O apresentador traja uma camisa branca que seria bem básica - até aí melhor assim - se não ostentasse um imenso logotipo dourado, de cerca de 20cm de diâmetro do lado direito do peito. Mais cafona impossível.

Cafona aliás é apelido para os programas da TV aberta. Engraçado é como mesmo alguns que tentam se disfarçar de sérios alternam suas entrevistas, depoimentos e cenas dramáticas com breaks para merchandising de poções mágicas emagrecedoras, acessórios de ginástica milagrosos e quinquilharias de todo tipo. Um hit é a famosa câmera filmadora, com seus infinitos 40MB de armazenamento, suficiente para guardar no máximo 2 minutos de vídeo dos incautos compradores. Normalmente esses apresentadores "C" alugam os horários ou racham a verba de publicidade com a emissoras, em troca do pedacinho da grade. Ou seja, jamais se terá algo de qualidade com esse modelo de alocação sustentado por merchan indiscriminado e jabá.

Assim cria-se um mundo das celebridades de quinta categoria. Entre os conscritos vemos tipos tão extraterrestres que não dá para acreditar. As sainhas plissadas de 10cm de altura, com os infalíveis saltos altos e batons vermelhos das supostas dançarinas formam um sustentáculo de vulgaridade para as proto-bandas, tanto quanto os refrões grudentos sobre obscenidades gratuitas, triângulos amorosos e dores-de-corno. E olhe, que são apenas 4 da tarde.

Nerivan Silva. Agora apareceu no prompt o nome do apresentador, composto por letras dentro de estrelas douradas. Putz, melhor colocar no canal AV1 e rodar meu VCD pirata dos Simpsons. Fui.

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