sábado, 29 de dezembro de 2007

Papai-Noel via web?

Os papais-noéis também usam a internet que às vezes demora um ou dois dias a mais que o trenó mágico. Mas chegam. Para o tio foi assim. Só que foi a companheira-noel. Um ser impagável, único e capaz de me alegrar mesmo quando tenho meus dias de cão sarnento. E capaz também de tirar leite de pedra. Como este blog não tem a função fofucha e cuti-cuti de tratar de coisas sentimentais, pois são de foro íntimo, a qualificação da pessoa fica por aqui. Seguem os fatos.

Ontem por volta das onze da manhã toca a campainha do tio, que desce para atender. Mal-humorado como é de meu costume. Odeio atender à campainha do nada. Sem avisar quem geralmente a toca são evangelistas, pedintes de toda espécie, vendedores de porcarias, oficiais de justiça e - sabe-se lá - algum gatuno a fim de assaltar. Meus amigos, familiares e todos os que me interessam jamais chegam sem avisar previamente. Então a regra é clara: tocou a campainha do nada é encheção de saco. Raramente eu atendo. Tá avisado.

Mas desta vez era um pequeno furgão vermelho, sem identificação. Dele descem um senhor e um rapazote, este com uma caixa na mão perguntando pelo meu nome. Como nenhum parecia-se com oficial de justiça, me identifiquei. Disseram que era uma encomenda. A nota fiscal que acompanhava era de simples remessa e estava com valor zerado, portanto assinei o protocolo. Pela etiqueta vi que era de um magazine virtual e estava no meu nome mesmo. Mas o melhor estava dentro da caixa. Acompanhado por um cartão com dizeres carinhosos, havia nada menos do que ISTO.

Durante os próximos dias estarei muito ocupado. O mimo tem tanto para ser explorado que é de ficar tonto. Até onde já testei, recomendo. O bichinho roda à base do Symbian, uma versão de Linux para a qual existe um caminhão de softwares gratuitos, dos mais úteis como o Skype do qual não abro mão, até joguinhos e tranqueiras digitais de todo tipo.

Você não imagina o que há nesse aparelho: um Office completo compatível com os formatos do Bill Gates, players de áudio e vídeo, gravador de som, leitor de PDF, e-mail, navegador web, agenda de compromissos, um CRM para contatos, SMS, compactador e descompactador de arquivos .ZIP, bloco de notas, calculadora, conversor de moedas e mais uma infinidade de coisas que ainda não descobri. Com tudo isso não precisava nem fazer e nem receber chamadas. Mas ele ainda o faz e bem pra chuchu.

Não é possível que haja vida inteligente na Terra sem essas maravilhas tecnológicas. Simplesmente não existe de fato.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Bye bye, old year

Eu detesto reprises e retrospectivas de qualquer tipo. A menos que sejam de "Terminator", "Total Recall" ou outro filme do Xuasnéguer, tirando Conan que foi re-dí-co-lo. Nem a Tina Turner cantando salvou aquilo.

No ano passado lancei a inédita Retrospectiva do Próximo Ano (RPA) que foi um sucesso, copiado à revelia por falsos gurus por aí. Os prognósticos para 2007 apresentados pelo tio Xavier foram todos cumpridos na íntegra, enterrando de vez a fama da Mãe Dinah, notória desmentidora de si mesma. Leia lá e confira que previsão é com o tio Xavier. E trago a pessoa amada em 7 dias, nem que seja seqüestrada.

Como a História é um mero ciclo repetitivo, considere para 2008 os mesmos acontecimentos. Não gastarei tempo fazendo CTRL+C / CTRL+V com isso. Na falta de assunto novo, não consegui resistir à tentação de comentar um pouco de 2007.


Especulação


Bolsas asiáticas recuam após assassinato de Benazir Bhutto. O petróleo teve alta. Pô gente os especuladores nem disfarçam. A muié lá foi assassinada. Mas quem não sabia que isso ia acontecer? Até ela sabia. E mais: qual é a grandiosa participação econômica do Paquistão, para que o mercado acionário trepide? E petróleo? Qual é o percentual de produção petrolífera dessa grande potência econômica que é o Paquistão?

Os cassinos bursáteis (ops!) bolsas de valores são mesmo repletos de macacos-velhos que vivem da especulação, boataria e rapinando dinheiro dos trouxas dos pequenos investidores que nada sabem sobre o sobe-e-desce e ficam à mercê dos fundos mútuos. Eu é que não boto grana na mão desses putos. Até porque não tenho mesmo.


TV

O fim-de-ano é um repeteco malhado e mofado na TV. Ao menos na TV aberta, a única ao alcance do tio. Hoje, após semanas de jejum de raios catódicos - sim, meu aparelho é CRT - resolvi tomar café assitindo aos "Bom Dias da Vida". Zapeando entre a Rede Glóbulo e a Record Universal. A bobageira era a mesma de sempre: "Atenção, zeeeenti que as estradas estão cheeeeeias"; "Os aeroportos têm filas, viu zeeeenti?"; "A venda de passagens recooooorde no terminal Tietê". Será que os pauteiros não têm um pingo de criatividade?

Isso pra não falar das enfadonhas retrospectivas. Como se algum grande fato, capaz de mudar os rumos da História, tivesse ocorrido neste ano. Acidentes aéreos, incêndios, terremotos, chuvas torrenciais aqui e acolá, seca em outros cantos, violência... Tirando os primeiros - já que o avião é algo relativamente recente - o resto sabemos que ocorre muito antes de descermos das árvores e andarmos eretos. Quer mais uma? Quanto quer apostar que nas primeiras do ano-novo vão aparecer repórteres em todas as maternidades para noticiar o grandioso fato da "primeira criança de 2008". Fato inédito e sen-sa-ci-o-nal! Como se os seres humanos não procriassem a cada vinte segundos. Aí vão dar o nome, sobrenome, comprimento, peso do rebento, cor do cabelinho... Não consigo imaginar coisa mais interessante e original.


Política

A CPI do ano foi da do Renan. Nem vou continuar esse assunto. Como se CPI fosse a salvação do sistema parlamentar falido do país. O povão tonto fica grudado no panis-et-circenses da TV vibrando: "O Renan vai cair... o Renan vai renunciar... o Renan renunciou... Uhuuuu, caiu!" Agora pergunte pro trouxa quem é o vice do Renan que assumiu, qual é o histórico pregresso dele e mesmo quem assume a presidência do Senado. Aliás, pergunte para quê serve o Senado. Por que precisamos de duas casas parlamentares federais? Simplesmente não há resposta. Assim como não há para tantas outras. Melhor mesmo foram as fotos da amante do Renan. Uma quarentona bem da gostosa, se me perdoam pela linguagem de borracharia.

E o Clodovil, hein? Não acreditei que logo de início foi barrado por falta de uma bosta de uma gravata. "Será que precisamos de gravata ou de seriedade?"- disse o nobre parlamentar. Mais real nem mesmo o rei. Mas enfim, dos chiliques ao ostracismo o deputado-estilista, junto com deputados-tecladistas e outros parecem a prova de que título de eleitor não deveria ser item obrigatório à cidadania. Deveriam criar a C.H.E. - Carteira de Habilitação Eleitoral - com curso prévio e exame psicotécnico.


Futebol

Eu até ia comentar algo aqui. Mas uma tristeza profunda me impede.


Meio-Ambiente

Isto é sério. Para quem não sabe o governador-ídolo-das-telas, antigo exterminador do futuro, até que tava ajudando para que o futuro não fosse tão exterminado quanto nos filmes que protagonizou. Ele tinha criado uma legislação ferrenha no Estado da Califórnia que obrigava as indústrias - sobretudo a automobilística - a metas de redução de poluentes bem arrojadas. E para a felicidade de nosso pulmões já estava sendo imitado por uma dezena e meia de governadores ianques. Mas pelo jeito, deram com os burros n'água (ou na fumaça).
Acontece que o Governo Federal Estadunidense baixou o cetro democrático dos seus verdadeiros sustentadores. A indústria do petróleo e seus comparsas da indústria automobilística conseguiram que o Buxi fizesse valer um dispositivo federal que anula todas as decisões estaduais sobre poluição, liberando geral o fumacê. Como o próprio Buxi já tinha dito: "O mundo precisa respirar a fumaça norte-americana", segundo opinião dele mesmo. Já que o monóxido de Carbono é tão bom, tenho uma sugestão: podiam enfiar o Buxi e seus capangas em um furgão-baú disfarçado de Cruz Vermelha e conectar o escapamento ao interior do bólido. Os nazistas faziam isso na Segunda Guerra.

Onu prevê falta d'água para mais de um bilhão em "futuro próximo". Cacete, onde é que moram esses caras da ONU? O que será futuro próximo no jargão desses cientistas desocupados? Venham morar em bairros periféricos para saber que, a cada obra mínima do serviço de água, a pobraiada fica dias tomando banho de canequinha. Vão à África para saber que ralo, privada e esgoto são artigos de luxo. Enqüanto isso, saio às ruas e vejo um monte de FDP´s lavando calçada e carros com máquinas de pressão, amparando-se no velho discurso "tô pagando".


Ciência e tecnologia

Cientistas se gabam de ter achado lula gigante na Antártida. Cientistas são seres conhecidos por gabar-se de qualquer coisa que seja de autoria ou descoberta deles mesmos, como se eles fossem a última garrafa de água mineral do deserto. Grande merda esse achado. Aqui no país da piada pronta, nós temos uma Lula que - se não é tão grande - é muito mais inusitada. Fala (embora mal pacas), tem um tentáculo a menos e exerce o maior cargo público do país pela segunda vez. Dez a zero pra nossa lula.

IPhone: O grande lançamento do ano é de fato bacanérrimo. O tio manuseou um por alguns segundos, mostrado por um cliente abastado e exibicionista. Aí me veio a questão: de que me adiantaria um mimo tão legal, se dá medo de apertarmos a tecla send com as absurdas tarifas daqui? Preferia um IPod, porque ao menos baixar músicas e filmes na internet ainda dá pra fazer sem pagar.

Robôs com emoções: Na Zoropa, um projeto chamado Feelix Growing, envolve 25 profissionais, entre especialistas em robótica, psicólogos e neurocientistas, e prevê um investimento de 2,3 milhões de euros (cerca de R$ 6,3 milhões) em três anos. Tudo para criar autômatos capazes de reagir emotivamente. Acho uma baita gastança de grana besta. Mas talvez seja o último recurso, diante de uma Humanidade tão apática. Isaac Assimov estaria certo no seu "Eu, Robô"?

Esse foi 2007. Já tá indo tarde. Caraca, ainda faltam 3 dias? Quero hibernar. Se possível por 10 anos. Depois alguém me conta o que houve.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Saldo da presepada

Desta vez o têrmo presepada lembra de longe o evento simbolizado pelo presépio, mas com tão pouco a ver com ele, lembrando que o Noel acaba brilhando mais do que o profetinha da manjedoura. E com o Noel, toda sorte de apelos para a gastança.

Churrasco na casa da irmã. Churrasco na noite de Natal? O que houve com a ceia? À ingênua pergunta a cara consangüínea teria me respondido que queriam fazer algo diferente. E ao perguntar sobre qual seria a minha cota-parte recebi a encomenda de carnes e bebidas de acordo com o perfil de consumo do meu núcleo familiar. Comprei um cry-o-vac de pets de refrigerante preto. Mas a parte pior foi que a lista incluía duas picanhas e dois quilos de coração de frango. Pqp, o que eram esses preços do quilo da picanha, minha gente? Saquem só a tomada de preços da iguaria:

- Mercadinho-conveniência perto do tio: R$24,00

- Extra: R$39,00 (este foi o recordista)

- Makro: R$26,00

- Assai: R$22,00 (o melhor dentre os piores)

Como optei por uma caixa com 2Kg de espetos de coração prontinhos e temperados, somando-se às duas nobres partes do boi, o tio gastou R$80 só com três nacos de carne. Total do supermercado, juntando panetones e coisas que faltavam para a festa: R$230.

Aí veio a tia darling explicando que os Hudson* estariam presentes. E fez questão de me lembrar também que não havíamos comprado as lembrancinhas simplórias dos sobrinhos e afilhadas. Saldo das comprinhas de última hora:

- Casas Pernambucanas: R$180

- Renner: R$220

Veja bem: não demos nenhum computador nem brinquedo eletrônico para nenhum sobrinho. Foram todos simbólicos mesmo, resumindo-se a blusinhas, camisetas e bermudas. Tirando a bicicleta da cria, que não está na lista acima, tudo foi discreto sem grifes e nem pompa. Nem podia ser pela importância despendida. Mas cazzo, mais de R$800 por uma mísera e fugaz festinha natalina? Com essa importância e o baixo consumo de minha residência acho que conseguiríamos abastecer a casa de víveres por três ou quatro meses.

E tem gente que ainda tem a petulância de me criticar por eu achar esse troço de Natal um saco.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Natal do quê mesmo?

Já se deu conta do quão egoísta se tornou essa lenda do Papai-Noel, sobretudo depois de apropriada pelo comércio? Do tal santo - o Nicolau - que distribuía presentes para as crianças pobres, a coisa foi deteriorando até que virou o evento anual do Mercado. A salvação para o comércio que chega de trenó, puxado por renas. As empresas de cartão de crédito e de empréstimo sugerem a todos deixarem a fantasia fluir, para resolver os pagamentos somente em janeiro na fatura de cartão de crédito e nos cheques pré-datados.

O Papai-Noel do Mercado, nada tem a ver com o espírito solidário inspirado pelas tradições cristãs de dividir os víveres e agasalhos com os necessitados, durante o cruel inverno nórdico. Nada em a ver também com o suposto aniversariante, embora a maioria já saiba que a data escolhida foi uma mera convenção, sendo que o Natal é uma tradição muito anterior à chegada dos cristãos.

Mas ontem ao passar pela Avenida Jabaquara aqui em Sampa eu quase tive uma parada cardíaca. Uma igreja cristã tradicional, anexa a um colégio idem, ostentava na pequena cobertura de telhado da porta frontal um enorme Papai-Noel inflável segurando uma rena por uma cordinha. Será que o responsável de lá estudou Teologia e sabe algo de fato sobre tradições natalinas cristãs? Que diabos faz um Papai-Noel no telhado de uma igreja? Fiquei com medo de entrar lá me deparar com um gigantesco pinheiro decorado e a figura do velho de barba branca e roupa vermelha, no lugar do esperado presépio com manjedoura. E olha que nem cristão eu sou.

Por tudo isso, resolvi postar essa singela homenagem. Ligue o som e aperte a tecla PLAY abaixo para ouvir uma linda canção natalina da extinta banda Garotos Podres. Reúna toda a família durante a ceia e reflita um pouco sobre o espírito natalino.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Obrigado governador

Dia 21 de dezembro. Depois de um compromisso externo importante, que me ocupou o dia todo, chego à Maison Xavieur por volta das dezessete horas. Avisto um papel branco quase enrolado e encravado no vão do portão, pois estou sem caixa de correspondência. Pego o papel, nem bem abro e me deparo com brasão do Estado de São Paulo e um escrito em fontes bem grandes: IPVA 2008.

Santa senhora que o dera à luz, senhor governador! Custava esperar o reveillon para nos enviar esta merda? Tinha que tacar isso em nossa cara antes do Natal?

Cacete, viu? Obrigado pelo presente natalino, se essa foi sua intenção. Vai ser ruim de marketing assim lá na Prússia, meu filho.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O fim do provedor de acesso

Se você mora no estado de SP e usa banda larga, sabe aquele usuário e senha que você usa no seu programa de acesso Speedy? Alguns pagam essa mensalidade para UOL, outros para Terra, outros para Superig ou seja lá qual for o neguinho que lhes vende esse tal acesso. Os caras cobram de R$9,90 até R$30 ou mais para esse suposto acesso.

Só que esse acesso sempre foi uma balela. Seu sinal de banda larga jamais passou por esses provedores para entrar no Speedy. Tudo fazia parte de uma farsa conjunta entre o provedor de sinal de banda larga e os brokers de internet. A autenticação se dava mediante uma lista na própria empresa de telecomunicação, que era atualizada pelos provedores fictícios. A grana era rachada entre ambos.

A questão acima vale para todos os acessos via banda larga por linha telefônica, independente da localidade. Além do modem, que trata o sinal de banda larga e o converte para TCP/IP, nada mais é necessário nem nunca o foi. Esse acordo imperou por anos e encheu as burras do suposto provedor de acesso e da já milionária companhia de telefone. Até que recentemente a Justiça decidiu que a redundância de cobranças não procedia.

Estamos livres dos tais provedores de acessos. E a Telefônica aqui em Sampa, se de um lado assumiu publicamente a decisão judicial conforme publicação no seu site, de outro já anuncia outra tungadinha, como você poderá ler no comunicado. Fora diversos provedorezinhos que ficam na moita e não comunicando seus usuários para cancelarem os tais "acessos". Eles já o sabem desde setembro deste ano e não contaram você por razões óbvias.

Enfim, se você é usuário Speedy da Telefônica acesse seu modem ou programinha de acesso e altere seu usuário para internet@speedy.com.br e a senha para internet. O mesmo vale para todos os estados, mas você que não é de Sampa terá que procurar a informação equivalente na sua operadora de telefonia.

Agora resta você entrar em contato com seu antigo provedor e cancelar o tal serviço de acesso e a respectiva mensalidade. Se na primeira ligação você notar que o cara manda esperar e começa a enrolar assim que você pronuncia a palavra "cancelar", não tenha dúvida: mande uma carta registrada para o remetente da fatura ou para o endereço que consta no site, ou ainda para o endereço físico do provedor, que você pode consultar no site REGISTRO.BR exigindo o cancelamento do serviço. O safardana já devia ter orientado aos seus clientes. Registro aqui com satisfação que a DUALTEC o fez no dia seguinte do comunicado.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

De ilusões também se vive (fucked love illusions)

Assim que abro o Msn ontem à noite:

Janaína* diz:
Tio?

Tio Xavier diz:
Oi Jana!

Janaína diz:
Preciso te contar uma novidade. Um lance.

Tio Xavier diz:
Xi. Lá vem bomba.

Janaína diz:
Não é não. É que tô namorando.

Tio Xavier diz:
Woho! Parabéns. Conte-me tudo.

Janaína diz:
Ah, tio... ele é um gato. Gostooooso.

Tio Xavier diz:
Poupe-me dos detalhes estéticos, anatômicos e sórdidos, por gentileza.

Janaína diz:
Então tio ele trabalha comigo lá no hospital onde estou agora.

Tio Xavier diz:
Que bom! Bons ventos.

Janaína diz:
Ah, tio mas ele tem um defeito.

Tio Xavier diz:
Ai... [medo] Ele usa drogas?

Janaína diz:
Não.

Tio Xavier diz:
Ele é envolvido com contravenção, crime?

Janaína diz:
Não tio. Ele é trabalhador.

Tio Xavier diz:
Well, o que ele tem de defeito?

Janaína diz:
Um defeito na mão esquerda.

Tio Xavier diz:
E que tipo de defeito?

Janaína diz:
No dedo.

Tio Xavier diz:
Ué, minha filha, o Lula tem um dedo a menos e é Presidente duas vezes. Qual é o problema?

Janaína diz:
Ai tio cê tá lerdão hoje, hein?

Tio Xavier diz:
Desculpa Jana, mas tive um dia desgastante. To meio devagar mesmo. Me explica melhor.

Janaína diz:
Um bambolê de otário.

Tio Xavier diz:
??? Olha Janaína, desisto. Desembucha logo aí qual é a parada.

Janaína diz:
Caraca hein, tio? Tá mal. O defeito do dedo dele é uma argola. O cara é casado. Entendeu?

Tio Xavier diz:
Casado?

Janaína diz:
É.

Tio Xavier diz:
Ahn... Bom... Nesse caso, além do óbvio, quê mais há?

Janaína diz:
Putz tio, tá começando a embaçar pro meu lado.

Tio Xavier diz:
Nada de se estranhar. Cara casado, na mesma empresa... Já imagino a treta.

Janaína diz:
Não tio, até aí beleza.

Tio Xavier diz:
Beleza? Mas então o que é?

Janaína diz:
Ele tá começando a se apegar demais e eu não queria isso.

Tio Xavier diz:
É mesmo?

Janaína diz:
É tio. Ele é complicado. Agora vive cheio de ciúmes de mim, não quer que eu faça isso ou aquilo, fica sapeando se me vê falando no celular. Sabe tio, acho que ele tá gostando demais de mim. E eu não queria me apegar, saca?

Tio Xavier diz:
Saco, claro.

Janaína diz:
Então tio, ele me falou que não está se dando bem com a mulher, que o casamento dele tá indo pra cucuia.

Tio Xavier diz:
Por que eu não estou surpreso?

Janaína diz:
Aí pô, ele acabou se apegando demais comigo e nosso relacionamento tá ficando sério. Não sei o que fazer.

Tio Xavier diz:
É complicado mesmo. O cara casado, o relacionamento de vocês ficando sério. O casamento dele está mal. Um problemão pra você administrar.

Janaína diz:
Ah é tio. Só falta daqui a pouco ele me aparecer querendo casar comigo. Aí ferrou, rs...

Tio Xavier diz:
Claro. Olha Jana, já tá tardão e o tio vai nanar. Podemos continuar o papo amanhã?

Janaína diz:
Podemos sim, tio. Boa-noite.

Tio Xavier diz:
Boa noite.

"Bambolê de otário". Essa é nova pra mim. Gozado que nessa história toda só consigo ver uma otária. Mas deixa pra lá.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Caixinha de Natal?

Fala sério. Existe coisa mais imbecil, pobre, medíocre e sem razão do que essa maldita mania de os serviçais pedirem caixinha de Natal? Analise: o manobrista do estacionamento recebe salário para manobrar os carros. O balconista da padaria recebe salário para atender ao balcão. O porteiro recebe salário para dorm... quero dizer, para... Aliás, para que serve um porteiro nos dias atuais? O mais engraçado ainda é que alguns deles falam - sempre pelo nariz - algo como: "Cuméquié? O sinhô rai falá cum quem?" e qualquer que seja a resposta liberam a passagem.

Pior ainda quando o cara pergunta o nome do visitante. Outro dia respondi "Abraham Lincoln" e o porteiro exclamou um "Ah", como se tivesse alguma idéia de quem se tratasse e mandou entrar. É por isso que entra tanto larápio e punguista em prédio. Mas no fim do ano, sobre a mesa da portaria está lá: a infalível caixa de sapatos embrulhada em papel de presente surrado, com um corte em cima para algum trouxa colocar dinheiro.

E o lixeiro? Você já se perguntou o que ele esperava do trabalho dele quando foi à porta da "Engenharia Ambiental"? Esse é o novo nome tucanês para a antiga "Firma do Lixo". Que me diz do carteiro? Dos entregadores das contas de luz e água? Todos não são registrados, assalariados e não têm 13º? Agora me explica por que essa trempa toda acha que os cidadãos, que pagam o estacionamento, o condomínio, o IPTU com taxa do lixo, a tarifa de Correio e as tarifas de consumo já sustentando inclusive o trabalho deles, ainda tem que dar caixinha no Natal? Por quê?

Se for assim, então o tio aqui que não tem salário fixo, não tem 13º, não tem nem férias, mereceria muito mais um agrado. Tive uma idéia: vou cobrar caixinhas desses pentelhos assalariados. Quando eu avistar a primeira caixa embrulhada vou meter a mão dentro, apanhar algumas moedas e agradecer ao idiota que a pôs no balcão. Direi "Você adivinhou que eu tava precisando". Deixa comigo.

Perguntas

Por esses dias, com o fim das aulas, estou tendo que me desdobrar entre trabalho e cuidar da cria mais nova de seis anos, sem utilizar favores de terceiros. Como sou o profissional liberal da casa, todos acham que posso - e devo - despender tempo para resolver coisas particulares durante o dia. Eu me viro como posso. Atualmente quando tenho que ir a clientes e parceiros, às vezes levo a cria junto, dependendo de onde é e com quem vou tratar. Até aí não há grandes problemas, pois a pequena se resigna disciplinadamente a ficar sentadinha nas recepções das empresas, pintando seus livrinhos e escrevendo, enquanto resolvo as coisas.

Dia desses fui a um cliente retirar um equipamento para consertar. A cria estava junto e a visita foi rápida. Acertei alguns detalhes com o contato e embarquei a máquina no carro. O que quase nenhum cliente sabe é que a grande maioria dos equipamentos que eu pego para consertar são encaminhadas para terceiros meus. Até aí é uma simples questão estratégica. Caso contrário eu teria que manter uma onerosa estrutura com trocentos especialistas, um para cada tipo de equipamento e marca. Para o cliente tudo ocorre de maneira transparente, que fica feliz com o serviço prestado enquanto faturo meus suados trocados.

Mas eis que nesse dia, durante o trajeto de volta:

- Pai, por que você pegou essa máquina no seu cliente?

- Pra consertar.

- Mas você não conserta essa máquina.

- Tá, mas eu levo pros Smiths* consertarem.

- Mas eu vi você falando pro cliente "até segunda feira eu conserto"

- Não tem problema. O Sr. Smith conserta.

- Então por que o seu cliente não leva direto no Sr. Smith?

- Ahn isso? É porque... porque... porque eu preciso ganhar dinheiro com isso, né filha?

- Mas você falou pro cliente que vai consertar e não vai. Tá levando pro Sr. Smith consertar.

- E daí?

- Você mentiu pro seu cliente, pai.

- Não filha. Não é uma mentira.

- Então o que é? Claro que é uma mentira. E você fala pra mim que não pode mentir.

- Er... hum... ahn... cof! cof! Veja bem... o cliente não sabe onde ficam os Smiths. É mais fácil assim.

- E por que não dá o endereço dos Smiths pro seu cliente?

- ... Filha olha lá na porta daquela loja! O Papai-Noel! Vamos lá falar com ele?

Acho que ela esqueceu o assunto. Ufa!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Balelas de amor (Shits of relationship)

Fernanda* é uma menina adorável. Sorridente, meiga e até bonitinha. Enfim, atributos de uma pessoa de quem é quase impossível não gostar. Dona Lola*, sua mãe, a trata com um misto de gata borralheira de dia mas princesa à noite. Conheço a Fernandinha desde os tenros seis anos. A criatura era daquele tipo de criança "vira-lata", no bom-sentido da expressão. Adorava dormir na casa dos outros e o fez por dezenas de vezes na casa do tio Xavier. Ela vinha toda manhosa durante as reuniões de famílias de amigos e me perguntava se podia ir dormir na nossa casa. Ao consentimento óbvio, ela corria vender outro peixe para os pais dizendo que nós a tínhamos convidado. Golpe tão manjado quanto aceito por todos. E lá ia a espevitada dormir e passar o dia seguinte na casa da gente.

Espevitada é um bom adjetivo para uma garota que já dava mostras de libido realçada, desde a mais tenra idade. Não é preciso ser psicólogo ou terapeuta para perceber certas coisas em uma criança. Mas isso é da natureza de cada um. Cabe aos pais e demais adultos do convívio saber lidar, para que isso não se sobreponha aos demais aspectos importantes da maturação.

Ocorre que Fernanda - segundo contou ao tio - teria perdido a virgindade aos malfeitos quatorze anos. Nada para se espantar. De mim ela ouviu sempre os alertas para tomar cuidados com a saúde do corpo, com o coraçãozinho e, sobretudo, com a segurança pessoal. Aqui começa um capítulo à parte de Fernandinha. Fogosa como sempre demonstrou-se, a danada é daquelas que não perde por nada uma oportunidade sexual. Dentre as peripécias colecionadas, algumas são de fazer corar até ao adulto mais supostamente liberal. Assumo parte de minha caretice, pois ainda penso que transar em escadaria de emergência de shopping center não seja algo muito convencional. Ainda mais de caso pensado, quando se vai de mini-saia com planos e metas arquitetados. Algumas das broncas que Fernanda levou do tio dizem respeito a artes mais inseguras, como trepar em um parque verde em plenas duas e meia da madrugada. Cheguei a ser ríspido com ela, pois nesse caso falta-lhe a noção das infortúnias possibilidades que enredam uma situação dessas.

Fernandinha tem um currículo sexual invejável até para os mais letrados. Está bem, saudável e assegura ter curtido até agora cada um dos momentos de maluquice. Hoje com dezenove anos, Fê já é uma mulherzinha feita, trabalha, entrou na faculdade (agora então ninguém segura!) e já alça seu ingresso gradual no mundo adulto. Coleciona alguns relacionamentos de namoro mais estáveis. Traduza-se: com duração de meses e não-exclusivos. O mais recente resultou em um pretenso noivado. Não consigo entender rituais humanos como os noivados, dada a fugacidade dos relacionamentos. Estamos em tempo de "namoridos", "ficantes" e um leque de modelos afetivo-relacionais que os estudiosos jamais imaginaram. No meu ver, o evento nubente-circense só existiu por obra, pretensão e assanhamento da D. Lola, esta que mais parece realizar suas fantasias na filha do que qualquer outra coisa. Acredita o leitor que, logo depois do início desse namoro, a D. Lola esteve na casa da minha irmã e contou vertendo baldes de lágrimas que a casta cria tinha perdido a virgindade com o garoto em questão? Juro! O que não é possível é como a dita senhora pode lacrimejar por um hímen rompido há mais de quatro verões. Ou a mãe devia estar na fila do transplante de córnea ou é uma hipócrita assumida e pensa que os convivas são idiotas como ela.

Meio idiota, uma jovem de dezoito anos e um meninão de pouco mais, ambos sem nenhuma perspectiva profissional sólida, adotarem laços que insinuam falsamente um pré-matrimônio. Festa com dezenas de convidados, som, luzes, bolo com noivinhos e troca de alianças. Tirando a festa em si, até que bem servida de comes e bebes e tirando a boa discotecagem - esta a cargo do tio - o resto foi pastelão elevado à décima potência. Eu ri à beça com os arremedos de formalidade, discursos, dedicatórias, até com a inócua troca de alianças. A noivinha, danada que só, ria todo o tempo causando a impressão de que o fazia por causa da presepada em si. Qualquer dia desses perguntarei na lata.

O noivo, um meninão aparentemente bonzinho, estudioso e trabalhador, certamente não tinha a menor noção de com quem estava a namorar e então noivar, relativamente ao voluptoso - e ainda crescente - currículo sexual da nubente. Tadinho. Segundo a noivinha, o rapaz era "mó parado", têrmo depreciativo proferido a mim, o qual desconfio referir-se a coisas como sua inaptidão para peripécias sexuais e seu desprezo por baladas e noitadas dançantes. Curiosamente por tudo que ela mais preza. Já falei dezenas de vezes a ela para achar um par com o mesmo pique, caso queira um relacionamento mais duradouro.

Saldo do teatro: poucos meses depois, quem sabe alertado por alguém ou quiçá por sinapse, o noivinho deu linha na pipa. Primeiro pediu o tradicional tempo para, depois de poucos dias, dar um au revoir por telefone mesmo. Mas e a festa, alianças e presentes? Danem-se. Como reza o protocolo, os presentes enxovalescos do noivado são dote da noiva. Então, ela que não me venha com um repeteco teatral esperando recorrência de mimos. Se convidado, comparecerei à nova festa e até discotecarei de novo com prazer. Mas respaldado pelo jogo lençóis que eu e a tia já demos naquele primeiro de talvez tantos noivados, pouco importando com quem ela vá usá-lo.

Esses humanos são cômicos.

* * * Em tempo: Fernandinha me disse há cinco minutos pelo Msn que está de "ficante" novo. Mas que também anda saindo com um cara casado. E que ambos são bons de cama, rs... * * *

Só mais esse-II, o retorno

Eu prometi que era só mais aquele. Tudo bem. Não lido bem com promessas. Mas tudo o que lhe peço, Papai-Noel, é com o intuito de lhe dar o máximo de alternativas, para que não me venha depois com a desculpa de que não achou isto, não achou aquilo, a 25 de março tava lotada. Não me venha com milongas! A internet está aí para facilitar a vida.

E falando em facilitar a vida esse telefone da Nokia há de facilitar a vida do tio por demais. Além de meu celular (este pezinho de boi aqui) estar virando o Cabo da Boa Esperança, meu perfil de uso vem mudando com o passar do tempo. Aderi ao Skype e, inclusive, assinei um número SkypeIn que me permite receber chamadas com total mobilidade, bastando estar conectado à internet. Isso me permite virtualizar totalmente minha localização. Não sei se o senhor entende o que eu estou dizendo, mas não se fixe nisso.

O E-61 da Nokia, além de ser um Nokia tem Wi-Fi, tem GSM e me dará condições para acessar o EDGE da Claro para eu ficar conectado à internet em tempo integral e então atender minhas chamadas de clientes pelo SkypeIn, entendeu? Putz, é duro tentar explicar para um ser centenário como o senhor essas coisas da modernidade que se tornam essenciais à nossa vida. Fico pensando como deve ser no Pólo Norte.

Resumo da ópera: me dê esse telefone aí, que custa cerca de R$600 e pouco. Barato demais pelo que faz. Obrigado Papai-Noel.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Só mais esse

Olha só, Papai-Noel, que coisinha incrível! Esse aparelho chama-se ELP e é fabricado por um tio japa da hora. O que ele faz de tão incrível? Ele reproduz os antigos elepês de vinil mediante leitura laser. Nada de agulha, nada de atrito. Como se fosse mágica, ele reproduz o som do disco com qualidade analógica. Nada daquelas emulações de som digital que subtraem as freqüências nas extremidades ditas "não-audíveis", nada de driblar as verdadeiras curvas das senóides sonoras com degrauzinhos microscópicos e os silêncios como silêncios mesmo e não um espaço em branco. Som analógico de verdade, como nos velhos tempos.

Papai Noel eu preciso muito desse aparelho, sabe? Acontece que meu último toca-discos Philips está sem agulha e já revirei os palheiros até da Santa Ifigênia em vão. O Dimas, meu amigo-técnico também. Noelzão eu estou sem ouvir algumas pérolas que tenho na coleção que as gravadoras nem sonham em lançar em CD. E a agulha anterior se foi antes que eu pudesse digitalizar todas as gravações importantes, veja que tristeza estou passando.

Bom seo Noel, vamos aos finalmentes: esse brinquedo aí é um pouquinho mais caro do que aquele do post anterior, entende? O que eu quero é o modelo mais simplezinho mesmo, que custa dez mil dólares lá no Japão. Mas imagina o quanto fica depois que os cráp... (ops!) os senhores da Receita Federal adicionarem os quase 80% de impostos de importação. Não dá pro tio aqui comprar mesmo com o dólar baixo. Mas olha Nonô: se o senhor também estiver com pouca grana, me dá aquele outro mesmo, ok? Depois, no ano que vem, quem sabe se o senhor estiver melhor de grana... sacou né?

Por um, pelo outro ou pelos dois muito obrigado desde já. Te amo, viu Papai Noel?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Querido Papai-Noel

O senhor sabe que eu fui um tio bonzinho o ano todo. Tudo bem, teve aquele episódio do gato. Mas foi sem querer. Eu sei que chamar as moçoilas da minha turma de faculdade de jumentildas pode não parecer certo, mas só estudando lá pra saber. É fogo, viu? E também aquelas contas de telefone atrasadas não foram porque eu quis, mas porque o semestre foi uma merda. O mesmo ocorre com as prestações do barraco na CEF. Mas eu vou pagar tudo sim, pode ficar tranqüilo. No começo do ano as coisas hão de melhorar.

Well, ante o exposto acima, nada mais justo do que um cara como eu ganhar isto:

Como imagino que no Pólo-Norte, Normandia - sei lá o nome desse lugar gélido onde o senhor vive - não deve ter muitas coisas como essa eu explico. Trata-se do B-CONTROL DEEJAY BCD-2000 da Behringer. Ele serve para mixar, aplicar efeitos e fazer scratches com arquivos de áudio (wav, wma, mp3, etc.) a partir de uma conexão USB com o PC. Posso ligá-lo no meu notebook e ele emula os CDJ´s através de um software. Como ele é também um mixer de áudio via entrada RCA, pode ser conectado a fontes analógicas, como os antigos pickups. Imagine, Papai Noel, o tio Xavier fazendo malabarismos nos Jog Wheels - essas rodelas que têm na superfície do aparelho - imitando os efeitos que o saudoso Malcolm McLaren fazia com vinil em Buffalo Gals. É muito mais fácil agora, seu Noel! Se o senhor não entendeu nada, não tem problema. É só me trazer que depois de ganhar eu lhe faço uma demonstração.

O melhor de tudo, Noelzão, é que o brinquedo que eu estou lhe pedindo nem é caro: R$560,00 no Mercado Livre. Vamos lá Santa Clauss, o senhor não vai me deixar triste né? Tô esperando. Dia 24 à noite passa em casa e deixa a caixa debaixo da minha árvore. Por favor.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Grupo Escolar

Estávamos na segunda metade da década de 70. O tio, na época um garotinho, estudava em uma honrosa escola pública. Honrosa sim. Naqueles tempos era vergonhoso estudar em escolas particulares, apelidadas de PPP - Papai Pagou, Passou - . No Grupo Escolar Thomaz Galhardo, sito no bairro de Vila Romana em Sampa, bem como em toda a rede pública, prezava-se que professores ensinassem e alunos aprendessem. Os primeiros eram respeitados e às vezes temidos por estes últimos. Havia a diretora, estado-maior do estabelecimento, os serventes e, quase sempre, algum policial que fazia a ronda.

Qualquer servente da merenda podia levar queixa de um aluno à diretoria. Em 100% das vezes, resultava em pito no aluno, anotação na caderneta escolar e, nos casos mais graves, assinatura em um livro de ocorrências conhecido como "livro preto", nome que aludia tanto à cor da capa quanto à mancha no currículo escolar do infrator. Fora o medo de os pais serem chamados à diretoria da escola. Coisa quase certa se houvesse uma ocorrência. Por essas e outras, a esmagadora maioria respeitava desde o faxineiro até a diretora da escola. Na verdade nem era tanto por medo. Era admiração de verdade, de quem até sonhava em trabalhar em uma escola. Professor era um ídolo.

Eu sei que alguns vão dizer "Porra, mas eram anos de chumbo, tinha a ditadura" e coisas assim. Mas a verdade é que os tristes anos de perseguição não mexiam muito com o cotidiano das pessoas mais simples. Chegamos a ouvir falar de um professor, que teria sido preso e proibido de lecionar por alguma razão. Mas pensávamos que ele tinha roubado algo ou então mexesse com a temível maconha. Sim, a hedionda canabis sativa era a droga mais popular e repudiada da época. "Maconheiro" era adjetivo atribuído à escória dos piores. Mas a grande maioria das pessoas comuns sequer sabia de que cor era ou que cheiro tinha a ervinha do barato. Já os LSD da vida eram "privilégio" de quem queria se matar, mas tinha muita grana pra bancar.

Voltando à questão da escola pública, havia também o lance da expulsão. Três advertências "leves" por si já justificavam expulsão e anotações devidas no prontuário do aprendiz de meliante. Mas também havia a expulsão sumária, que podia se dar mediante o delito grave, embora não se soubesse bem se um morteiro estourado no banheiro ou um palavrão escrito na lousa fossem catalogados como delitos graves. Acredito que esse arbítrio coubesse à diretora e ao conselho de professores. Mas ao expulso, pobre deste, restava a sarjeta. Por regra, nenhum outro diretor de escola pública era obrigado a matricular um expulso. Este se tornava quase um banido do sistema. Restava aos pais de posses, matricular o proto-delinqüentinho em uma PPP. E no bairro da Lapa havia uma. Se não me engano chamava-se Colégio Lapa, Anglo-Lapa ou algo assim. Me lembro que era embaraçoso aos pais confessar que o filho estudava em um PPP durante uma conversa. Pior ainda era para os pais de banidos que não tinham grana. Restava-lhes procurar outro colégio estadual, cujo diretor tivesse no currículo a admissão de um semelhante e então implorar até as lágrimas. E não raro tratava-se daqueles colégios sobre os quais circulavam lendas de que "se não der jeito lá, só em reformatório". Ou seja, o agraciado com uma segunda chance na rede pública ou se emendava ou se emendava.

Que triste é ver a escola pública de hoje. Mas sei lá porque lembrei e tudo isso agora. Acho que eu ia escrever outra coisa e desandei por essa saudosa lembrança. Tempos em que eu era feliz e não sabia. Na verdade a maioria era e não sabia.

Não tem nota onze?

O boletim exemplar do Tio Xavier fala por si só.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Tio, o homicida

Sexta passada, onze da manhã. Depois de visitar um cliente na ZeLê, vou buscar a cria na casa da avó dela para levá-la à escola. Já próximo da casa da Vovó Xavier percebo que tem um carro estacionado bem na frente da garagem. Bufo, passo bem devagar ao lado do bólido concorrente e paro emparelhado. Ninguém dentro e portanto nada a fazer por ora. Desço mais um metro e estaciono na frente dele. Olho pelo retrovisor, para ver se o carro está alinhado, e vejo um gato morto do lado do carro invasor. "Estranho não ter visto antes" - pensei - . Desço do carro, me aproximo do bichano e vejo um pouco de sangue próximo da cabeça. Provavelmente teria sido vítima de um cão ou acidentou-se. Ou foi envenenado, sei lá.

Recolhi minhas coisas e fechei a porta. Dei a derradeira espiada no infeliz e percebi que no lugar do pouco de sangue já havia um rio de sangue. Analisei a posição da vítima, a manobra que fiz e caiu-me a ficha: fui em quem passou com a roda de trás em cima da cabeça do infeliz. Olhei em volta com cara de Rowan Aktinson e saí de fininho do local do crime para só revelá-lo depois, às escondidas, para a minha mãe. Liguei para o Centro de Zoonoses pedindo para recolherem o cadáver. Que lamentável. Provavelmente a última das sete vidas dele se acabou debaixo do meu pneu. Amarelado e branco, o bichano devia ter uns 8 meses no máximo. Um adolescentinho, na contagem etária dos felinos. Has gone. Homicídio culposo.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Dicionário do fúnebre

Há um lapso facto-temporal que separa mau pressentimento de mal-estar. O primeiro é quando você acha que o Inter vai perder para o Goiás ou - o que é pior - que o seu time não vai ganhar do Grêmio. Isso é mau pressentimento. O segundo momento é... bem, o resto você já deve estar sabendo.

Corinthians campeão paulista em 1977.

Entre outras coisas havia um presidente corinthiano roxo.

Segunda divisão: o último dos frutos podres da dobradinha Dualib-Máfia Russa.

Mau pressentimento

Agora há pouco fui ao supermercado comprar uns víveres com a tia darling. Lembrando que o tio mora da ZeLê de Sampa, tradicional reduto alvi-negro e, ainda mais, o local exato do novo supermercado do Abílio Diniz onde fomos é no metrô Corinthians-Itaquera. Por isso havia vários cumpanhêro da fiéu com camisetas do time.

Por alguma razão, que não vem ao caso comentar, eu senti muita tristeza ao vê-los. Fiquei com vontade de chegar em casa e afanar uma das camisetas correlatas do meu caro enteado e passar o dia com ela rezando para S. Jorge. Algo me diz que no final desta tarde estarei triste, muito triste, embora no fundo do coração eu deseje que não precise estar.

Nunca contei aqui como foi que me converti a essa religião desportiva que é o "Corinthianismo de S. Jorge". Prometo contar qualquer dia desses.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O bocoió

Hoje encontrei um bocoió. Não lembro o nome dele. Mas o cara entrou no no boteco onde eu estava almoçando. Um baianinho sorridente, que fala mole. Se bem que baianinho que fala mole é quase um pleonasmo. Mas saca só o diálogo:

- Tio?

- ...

- Você não lembra de mim, né?

[Tio procurando o botão eject]

- Lembrando eu tô sim... mas...

[Tio pensando: "Cazzo e se for um cliente e não comprar mais de mim?"]

- É tio! Como você tá de cabelo branco! Tá 'véio' hein?

[Tio pensando em mandá-lo tomar no ânus, mesmo que ele for presidente de multinacional]

- Tenta lembrar quem eu sou.

[Tio pensando: E por que eu deveria?]

- É tio... você ainda é católico?

[Tio pensando: porra, o que você tem com isso?]

- Não. Não sou católico.

- Nãããããããão?

- Não.

- Mas o que você é agora?

- Eu tenho que 'ser' alguma coisa?

- Ah.. eu sou católico. Não vou mais na igreja. Mas continuo católico. É que aqueles caras da Renovação Carismática lá estavam insuportáveis. E aí blá blá blá blá blá blá...

[Tio pensando: mas quem perguntou algo?]

A essa altura eu lembrei mais ou menos quem era. Assim de vista, mas nome nem pensar. Era um bocoió da Igreja que o tio freqüentava na juventude. Bocoió mesmo, daqueles mais incautos e ingênuos. Por exemplo, enquanto o tio coletava donativos pra acampamento de ocupação de sem-terra, à qual eu ajudara pessoalmente a invadir, o tonto tava rezando terço com a turma Legião de Maria e falando que o que eu fazia era coisa do demônio.

Mas agora, pra você ter uma idéia da significância dele para mim e do "reencontro", tente imaginar como foi que o bocoió se foi do boteco e como nos despedimos. Pois é. Eu não tenho a menor idéia. Acho que ele foi ficando invisível. Veja você leitor, como ele foi importante. Acho que naquele momento de extrema chatice fui apagando ele da mente e ignorando-o até que sumiu. Não o vi saindo do bar.

Lembrei-me dos ensinamentos de Buda, para quem o Universo é produto de nossa mente. Nesse caso eu "desproduzi" parte do Universo, por sorte o bocoió. Mas agora há pouco quando narrava essa história pra uma amiga, ela concluiu: "The Secret" também funciona para se livrar dos chatos. A mente produz aquelas ondinhas como no filme e desmaterializa os chatos. Que bom. Preciso praticar mais isso.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Mulheres: não se deixem enganar

Essas colunas femininas são melhores que as tirinhas do Glauco na Folha. Na linha do "saiba como ter 34094390 orgasmos em trinta minutos" e "solte a fera sexual que há em você" a coluna feminina do site Terra agora achou de dar dicas de ouro de como tratar conosco. Nada mais equivocado. Vejam o artigo transcrito abaixo e a cada tópico o comentário abalizado do Dr. Tio, terapeuta profissa de botequim.

1- Escute o que ele tem a dizer
Crie uma "zona segura" deixando claro que você não ficará assustada e nem o julgará pelas revelações que ele fizer. Gerencie suas expectativas com palavras como: "não importa se eu vou querer fazer isso, mas só o fato de ouvir suas fantasias me faz sentir mais próxima de você".
* * Geeeeente, pára de bobagem! Ouvir fantasias não aproxima ninguém de ninguém. Prefira realizá-las para a gente, por favor mulherada. * *

2 - Pergunte quais fantasias ele tem com você
Questionar quais são as fantasias de seu parceiro o coloca em destaque, ou seja, faz com que ele se sinta importante. Mas você pode ouvir coisas como: "me sinto excitado por sua amiga". Para evitar uma surpresa desagradável, modele sua pergunta para: "você tem fantasia sobre nós?". Dessa forma, você terá deliciosas revelações.
* * Tá, mas vamos aos fatos: 101% de nós temos fantasias com suas amigas gostosas. E aí? Quem mandou perguntar? Agora se vira chama ela pra bater um papo e explica pra ela porque você vai trazê-la em nossa casa no próximo sábado. * *

3 - Ofereça opções
Convide ele para um jogo de múltiplas escolhas como: "o que faz você se sentir excitado, eu me vestir de enfermeira, colegial ou como uma mulher gato com aquele roupa de couro bem justinha?". Ele poderá rever suas preferências, mas isso não implica necessariamente que ele está insatisfeito com o seu desempenho corriqueiro na cama.
* * Vestir? Mas sexo a gente não faz pelado? * *

4 - Ofereça alguns exemplos sexy
Talvez vocês se sintam mais à vontade se comentarem sobre os outros. Há inspirações por toda a parte como uma cena de um filme, um livro erótico, uma música, ou aquele "amigo do meu amigo". A partir desse exercício, você pode investir nas perguntas mais pessoais, por exemplo: "então, você alguma vez já fantasiou sobre isso".
* * Com isso voltamos ao tópico 2, da amiga. Falando nisso, você conversou com ela? * *

5 - Agradeça
Independente do que ele diga, reconheça seu esforço, dizendo: "obrigada, adoro saber o que você pensa sobre nós e mais ainda o fato de você dividir suas fantasias comigo". Vocês vão avançar muito no quesito da intimidade à dois.
* * Claro, é assim que se diz. E a sua amiga virá a que horas mesmo? * *

6. Dar a ele um bom início de dia
Este é um dos pré-requisitos que todos os homens, sem distinção, elegem quase como o número um. Acordar de uma maneira agradável e enchê-los de vitalidade e energia para o resto do dia é algo que eles agradecem de verdade. Muitas vezes, ao chegar do trabalho ele está cansado e só quer dormir, por isso aproveitar as energias da manhã é para ele uma boa opção para começar o dia. Programe o despertador para um pouquinho mais cedo e surpreenda-o.
* * Bom, aí senti firmeza. Um sexinho de manhã é tudo de bom. Ainda mais, dependendo e como começar, se é que você me entende. * *

7. Assuma o comando
Não espere que ele tome a iniciativa em tudo o que vocês forem fazer na hora do sexo. É verdade que eles gostam de dominar, mas, muitas vezes, preferem ser submissos diante de uma mulher decidida que os domina e os seduz e, mais ainda, que mesmo que a mulher não seja assim, que na hora do sexo ela saiba ter, sobretudo, uma questão de atitude.
* * Falou tudo, mas não disse nada. Na verdade a gente só se faz de submisso se estivermos no apartamento dela. Porque, claro, acaba rendendo uma série de agradinhos a mais, como café na cama. * *

8. Somente sexo
Querer que tudo seja perfeito, romântico e sensual pode ser algo desgastante para algumas pessoas. Por isso, muitas vezes, os homens desfrutam do sexo só pelo sexo, sem preparações românticas.
* * Correto. Apenas substituir "muitas vezes" para "sempre". * *

9. Carinho após o sexo
Uma das coisas que os homens mais odeiam é que logo depois de uma transa espetacular a mulher saia apressada para tomar banho. Os homens, mesmo que isso pareça coisa só de mulher, também gostam de receber carinho depois do sexo. Muitos deles preferem que você fique ao menos uns instantes ao lado deles, descansando após tanta agitação e compartilhando beijos, carinhos e comentários sobre o prazer que vocês sentiram.
* * Esqueça o banho e essa balela de ficar uns instantes, blá, blá, blá. Por favor, traga um uísque. Ah, com duas pedras de gelo. E onde está o controle-remoto da TV?* *

10. Que você aprecie o sexo
Que os homens desfrutam ou necessitam mais de sexo pode ser uma realidade, mas para eles é incrível que uma mulher não se intimide ao reconhecer que ela gosta de sexo tanto quanto ele. As mulheres tendem a ocultar que também pensam em sexo e que o desejam continuamente. Sendo assim, uma mulher que reconheça isso sem pudores é quase como ganhar na loteria. Por isso, não tenha vergonha de querer fazer sexo sem que ele tenha proposto ou em qualquer lugar. Ele te amará por isso.
* * Até que enfim uma dica boa. Apenas a conclusão final está furada. Mas tudo bem, você não se importa com isso, certo? * *

domingo, 18 de novembro de 2007

Drops DVD: Narradores de Javé

Um elenco com José Dumont, Matheus Nachtergaele e Nelson Xavier - entre outros - por si já é indicativo de um bom entretenimento cinematográfico. Não bastasse, o filme de Eliane Caffé vai muito além. O tio inadvertidamente passou por esse DVD dezenas de vezes na locadora. Como o nome me sugeria ser um filme religioso eu, avesso ao pieguismo típico do gênero, ignorei-o solenemente. Até que, por conta de um curso extra-acadêmico que estou fazendo, acabei me deparando com o filme.

Javé pode ser um povoado qualquer desses perdidos no agreste brasileiro. A história fictícia ocorre nos tempos atuais. Uma grande represa será construída e submergirá para sempre o arremedo de cidadela. Os moradores entram em polvorosa. Das conversas com a companhia de Engenharia, trazidas por dois dos moradores, chega a informação de que a obra só não irá em frente se houver um patrimônio histórico no povoado, podendo ser até mesmo a sua história documentada.

Os moradores do local, depois de discussões, decidem que tentarão escrever a história do povoado, mas a população é de analfabetos e só Antônio Biá (José Dumont), um quase banido, é capacitado na escrita e terá que ser recrutado. As histórias orais são repletas de narrações difusas e épicas em que Indalécio - tão valente quanto inverossímil guerreiro - teria guiado o povo pelo agreste até estabelecê-lo na terra foi batizada como Vale de Javé. Tanto o texto do filme em si como as narrativas dos populares aludem ao êxodo bíblico, mas outras tantas alegorias religiosas permeiam o filme, já que o povo simples tem a fé como último bastião.

Não vou contar o enredo, muito menos fazer crítica, posto que sou iletrado nos aspectos técnicos da sétima arte. Mas posso dizer que o filme é uma bela e poética obra, cheio de conceitos interessantes sobre a tradição da oralidade, além de exibir uma fotografia de técnica notável até por quem não é do ramo. Vale à pena inclusive assistir aos extras.

Alugue ou compre, é só o que eu digo. Acredite no tio.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vai encarar?

O modesto sanduba da foto é criação do dono de uma lanchonete em Arapiraca-AL. A história oficial é que ele foi concebido para melhorar o movimento de clientes que estava meio fraco. E virou sucesso.

Se você estiver disposto e achar que é bom de boca - haja estômago - são quase vinte ingredientes que misturam carne, salsicha, bacon, queijos, salada, molhos e coisas básicas assim. Quarenta minutos de preparo e o bitelão fica com quatro quilos e meio. De acordo com nutricionistas, o valor calórico é fichinha: onze mil calorias. Só pra ter uma idéia, isso é próximo do necessário para o consumo de uma semana para um adulto.

O sanduichinho é vendido por sessenta reais. Mas a lanchonete está com uma promoção-desafio: quem conseguir comer SOZINHO o tira-gosto gigante em até duas horas não paga por ele e ainda leva de presente quinhentos reais em dinheiro-vivo, mais uma moto zero quilômetro, de papel passado. Se não conseguir comer paga "apenas" quarenta reais e agüenta carão da galera que fica assistindo.

Caso se interesse, para maiores informações CLIQUE AQUI.

­© As fotos aqui expostas e as informações também são do site Tudo na Hora.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Teste Nerd (nerds de todo o mundo, respondam)

* * Este post é um teste de resolução de problemas informáticos. Tem a função de avaliar os conhecimentos dos leitores mais letrados nos bits e bytes. Se você não é do time, não gaste tempo lendo isto. Mas se for iniciado nos meadros labirínticos dos PCs e sistemas operacionais leia (por favor). * *

Imagine uma situação (totalmente hipotética):

1) Você não resiste, e na volta da faculdade, compra um DVD em um camelô. Só que no dia seguinte você vai assiti-lo e a certa altura começam a aparecer aqueles odiosos quadradinhos na tela, enquanto o filme vai travando e você pode ouvir o zigue-zague tresloucado da cabeça de leitura, tentando resolver os erros de gravação.

2) Para não fadigar o seu player você desiste. Já acostumado com esse tipo de ocorrência, você decide fazer uma cópia corrigida do DVD usando o DVD Shrink. O computador mais próximo nesse momento é o notebook do seu enteado. Logo, pra quê pegar o seu ou ainda subir no quarto para usar o desktop, certo?

3) O computador do garoto não tem o software necessário. Até aí, sem problemas. Você baixa do site, instala rapidinho para rodar a reedição de cópia. Mas... a vida é uma caixinha de surpresas. Não tem espaço disponível no HD do notebook. Pelas ferramentas administrativas você percebe que dos oitenta gigabytes, só vinte estão ocupados com o Windows™, outros dez estão como "partição desconhecida" e cinqüenta gigas não estão nem particionados.

4) Dado isso, você chega a uma conclusão brilhante: Uma partição desconhecida não serve pra nada, pois só se usa coisas conhecidas. A fina flor da Lógica se arroga no seu intelecto e você decide formatar essa partição. Escolhe o formato NTFS (padrão do Windows™), abrindo espaço para gravar os arquivos recompilados e restaurados do DVD camelódrico para, só então, queimar um DVD novo e restaurado do conteúdo.

Lembre-se que tudo isso são hipóteses. Estou somente filosofando um pouco.

5) Por hábito, uma vez formatada a partição - que agora é conhecida - você dá boot no computador esperando que, assim que o sistema entrar no ar, possa prosseguir sua tarefa do item 2. Mas, o inesperado acontece. O setor de boot do micro procura por arquivos de inicialização e não encontra. Provavelmente porque essa tal partição era "desconhecida" da Microsoft apenas. Ela acondicionava uma versão de Linux e era chamada, discreta e silenciosamente pelo setor de boot do HD.

6) Para salvar ao menos metade da merda - mudar o Lilo.conf para /dev/hda1/tagname="Windows" - e permitir que o sistema do Bill Gates inicie, você pega um CD do Kurumin que tem guardado. Com ele você poderá inicializar a máquina com a versão tupiniquim do Linux e editar o Lilo.conf, apontando-o apenas para o volume desejado. Quando o dono do computador chegasse, bastaria fingir-se de morto.

7) Inexplicavelmente, depois de tentar várias vezes dar boot com o CD você ejeta-o e percebe que o desgraçado está quebrado ao meio, por isso não dá boot nem f...

8) Recursos: você ainda tem dois outros computadores em casa, CDs virgens, um pen-drive de 512MB, acesso à internet. O seu enteado está no ES e só voltará no domingo à noite.

O que você faria nessa situação?

* * Relembrando: são todos dados hipotéticos, apenas para testar os conhecimentos dos leitores mais afinados com a tecnologia. * *

Mas postem rápido as soluções, pelo amor de qualquer coisa, ou enviem para x.uncle@gmail.com. A melhor resposta ganhará uma menção honrosa neste blog, com direito a foto, estilo "destaque do mês".

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Bizarrices humanas

O comportamento humano inclui idiotices e bestialidades que B. F. Skinner, com todos os seus estudos, jamais conseguiu catalogar. A lista é imensa mas, para alguns, deveria existir um prêmio chamado de Hit-Iotice Awards.

O chá de bebê é uma das principais. É aceitável que uma fêmea da espécie humana sinta-se feliz por iniciar o desenvolvimento de um novo ser humano dentro de si, embora haja opiniões controversas a respeito. Mas podemos considerar até louvável que a neo-mãe compartilhe com seus pares a sua alegria pelo feito-fetal. Até aqui, tudo bem.

Só que sejamos racionais: quem terá sido a idiota ancéfala inventora do "chá-de-bebê"? Não falo do simples ato de reunir pessoas do convívio, para tornar público o fato da concepção. Tampouco que fosse cerimônia regada à chá, em um súbito de britanismo. O problema é que a denominação "chá-de-bebê", na verdade, traduz-se por reuniões onde se praticam rituais sem o menor senso de ridículo. E é exatamente por isso que esses eventos são fechados aos homens. Porque qualquer ser portador de cérebro completo - no caso nós do sexo masculino e meio por cento das fêmeas - não seria capaz de classificar as brincadeiras que as mulheres fazem nessas reuniões.

Ainda ontem a darling teria - providencial futuro do pretérito - que comparecer a uma dessas idiotices. Não bastando a insanidade da coisa em si, o troço ainda distava cerca de vinte e cinco quilômetros de nossa choupana. Juntando o pretexto da chuva, com um aniversário que teríamos do lado oposto da cidade e mais alguns argumentos reunidos por mim, de forma aquitetônica, finalmente consegui a adesão da darling para ela não ir. Cheguei a usar o fato de sequer existir dela para com a Laudislene* algo classificável como amizade. Para minha felicidade a minha amada sucumbiu aos meus apelos. Ufa!

Hoje pela manhã, abro os noticiários na internet e me deparo com uma dessas "importantíssimas notícias" a respeito de celebridades. Um chá-de-bebê protagonizado por alguma famosa a quem - felizmente - desconheço totalmente. A foto bem pode seria anexada a uma petição judicial pela curatela e internação das protagonistas. Veja você mesmo a gestante vendada, sendo decorada a batom por uma das amigas (a que está olhando para a câmera sei que é atriz de tv).

Quando será que essas criaturas vão tentar usar os escassos neurônios para coisa melhor?

Ai, meu Deus! O que foi que aconteceu...

... com a música popular brasileira? A profética Rita Lee já havia cantado isso quando a MPB ainda se nutria de bons talentos. Ontem eu estava em uma festa e, durante um "momento brega", o animador do som tocou um hit de Odair José (Eu vou tirar você desse lugar). Pois ouvindo com atenção pude perceber que, com toda a sua breguice, a poesia e musicalidade de Odair José ainda estão anos-luz à frente do lixo pseudo-sertanejo, pseudo-sambístico e pseudo-qualquer-coisa que faz sucesso hoje. Ouça-o, prestando atenção nos acordes e nos versos, sem paixões, e provavelmente concluirá o mesmo.

Um amigo que estava comigo - roqueiro por sinal - acabou me dizendo algo sintomático: que o pior brega dos anos 70 ainda é melhor do que a maioria dos supostos talentos da atualidade. Basta observar que a divulgação por rádio está dominada por patricinhas quase afônicas, duplas de cornos que gritam tremulando a voz, barraqueiros que verbalizam podridão ao som dos batidões ou mesmo esses tais pagodeiros que botam calças justas pra rebolar, enquanto gemem versos previsíveis e rasos como um pires.

Por que lembrei disso agora? Eu procurava pela letra de uma música do Chico Buarque e acessei o Terra Letras. Vi que no tópico dedicado ao Chico, há catalogadas até o momento "apenas" QUATROCENTAS E VINTE E DUAS (422) canções. São letras e poesias da melhor qualidade, de um tempo recente em que a arte divulgada era a de sujeitos realmente bons, conhecedores da Língua Portuguesa, musicalmente criativos e versáteis, poéticos e capazes de transmitir sentimentos e conhecimentos com maestria. Não é possível que isso tenha sido extinto.

A cultura degrada, o tio ladra, a porcaria crassa e passa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Somos miseráveis famélicos

A foto abaixo é de uma tal ilha chamada Qatar, ou coisa assim. Não sei onde fica, mas sei que é uma ilha artificial, construída por alguns daqueles imperadores árabes do petróleo. Se quiser saber mais procure você mesmo no Google.

A mim resta ficar puto da vida. Enquanto estou com as prestações da casa - na periferia de Sampa - em atraso, um bando de milionários do primeiro mundo estão disputando a tapa e no grito cada palmo de plataforma e cada metro cúbico habitável dessa porra de Qatar. Tudo a preços incalculáveis. Nós, paupérrimos, sequer conseguiríamos conceber mentalmente as cifras.

Desejo que com o derretimento das calotas polares, o nível dos oceanos suba tanto, mais tanto que uma onda gigante destrua essa merda e precipite no fundo do oceano cada magnata que estiver instalado lá. De preferência em um fim de semana bem cheio, durante alguma festa de arromba, regada à caviar e champagne. Tô falando sério, viu?

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Finados

"Que os mortos enterrem os seus mortos", teria dito um conhecido profeta judeu no primeiro século. Independente da veracidade do proferido, a ordem encerra uma grande verdade. Há pessoas que vivem a vida dos mortos. Vivem o dia morto de ontem, o mês morto findo anteontem, o emprego morto perdido no ano passado. Vivem o fato morto ocorrido há tantos anos, ou em supostos "bons tempos", como se nos de hoje não fosse mais possível vivenciar experiências renovadoras e felizes.

A necro-indústria, alimentada pela religião, levará no dia de hoje centenas de milhares de pessoas aos cemitérios, onde hão de ser depositados tantos milhares flores e acendidas tantas velas quanto. Um belo dia para os comerciantes desses produtos. Bastava ver a movimentação das distribuidoras de flores no CEAGESP nesta semana, para avaliar a expectativa para este dia de "lavar a égua", comercialmente falando. Nada contra. A favor tampouco. Essa atração pelo necro-místico acompanha a Humanidade desde os tempos mais remotos e tudo indica que continuará logrando êxito por mais um tanto idêntico de tempo. Se a espécie humana durar mais tudo isso.

Não sou diferente de ninguém no quesito de possuir familiares mortos. Os que me conhecem há mais tempo sabem que a infalível ação da morte, já atingiu-me até em consangüíneos muito precocemente. Nada de extraordinário. Nem por isso hei de ir algum cemitério hoje. Os entes queridos que se foram estarão sempre vivos no carinho das lembranças dos tempos de convívio. E, da parte do tio, terão seus nomes lembrados somente a partir do melhor que trouxeram para esta espelunca de mundo, durante suas breves ou longas estadias. Cada religião dá um nome diferente a isso. Eu prefiro chamar de respeito.

Em outro post, se eu lembrar, talvez eu reproduza uma parábola budista sobre isso. Muito esclarecedora por sinal. Se eu esquecer, me lembre.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Da ficção para a vida real

Essa belezinha de relógio de pulso é nada menos do que um celular GSM three band. Tem bluetooth, é MP3 player, possui conector USB para transferência de arquivos, a bateria dura 80 horas standby e faz uma dezena de outras coisinhas. Segundo o vendedor no Mercado Livre, custa a bagatela de R$1.500. Sinceramente não me parece muito pela tecnologia incorporada. Só que aí vem uma questão: como obter essa quantia além, claro, dos outros milheiros de reais de que já necessito para pagar as pendengas de casa? Porque se eu aparecer com um troço desses em casa, a minha mulher atirará a pilha de contas atrasadas no meu focinho.

Mas eu preciso dele. Não posso mais esperar. Estou tendo convulsões. Ajude-me.

Apenas ouça



APENAS LEIA

"Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando

Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando

Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo

Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça
E emoção

E se eu chorar
E o sol molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar

Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar"
-----(Gonzaguinha)------

terça-feira, 30 de outubro de 2007

TX 4.1 Flex

Exatamente neste minuto acabo de completar 41 primaveras. Um número bastante significativo, se considerarmos então que nasci pouco depois da metade do século passado. Aliás, no final do milênio passado. Mas é ínfimo, se estudarmos detalhadamente os inúmeros capítulos da diversificada história do Tio Xavier.

Estou me recolhendo para dormir. Nesse dia 31 vadiarei. Não trabalharei. Talvez eu poste sobre algum episódio da vida do tio. Ou até inicie uma série: peripécias de um tio. Quem sabe.

Coming soon.

domingo, 28 de outubro de 2007

A muié do hôme

As eleições na Argentina terminaram há pouco. Logo sairá o resultado da apuração, sendo que a mulher do seu Nestor é a favorita.

Não sei explicar bem o porquê, mas isso começou a me dar um pouco de medo.

Caos aéreo

Passageiros com viagens marcadas não conseguem embarcar. Nenhuma informação sobre previsão dos vôos. Prejuízos se acumulam na população. E agora o pior: todos os transportes públicos estão parados. Um verdadeiro absurdo.

Mas os fatos ocorrem na França. A adesão na greve dos trabalhadores dos transportes, contra as medidas do presidente Sarkozy, já registra adesão de mais de setenta por cento. Isso a oposição daqui não vê, né?

Agora os franceses tinham que ser melhores que os brasileiros até nessa hora. É que não se vê o monte de boçais fazendo protestinhos ridículos com nariz de palhaço nos saguões. Que saco. Gentinha metida esses franceses. Não podiam ficar pagando mico como os babacas daqui?

Ei garoto, eu conheço essa camisa!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Perguntas que eu faria ao Pe. Júlio

Longe de mim atirar pedras nesse homem. Se não concordo com algumas ações das ONGs que ele dirige, sobretudo no tangente à forma de lidar com adolescentes de rua, não tenho capital sócio-moral para criticá-lo. O Pe. Júlio Lancelotti é sim agente transformador da sociedade - quiçá dos melhores - e ponto de referência crítico ativo das mazelas sociais com as quais todos nós contribuímos, seja por atos ou omissões. Considerando que atualmente mal ando conseguindo cuidar do próprio umbigo e da família, continuo considerando o Pe. Júlio um exemplo em atitude. Há de precisar de algo muito grave e desabonador para que eu reveja isso. Mas algumas perguntas não me calam.

Por exemplo, que se você não tiver culpa por algo, haveria de ceder a uma chantagem e, em caso positivo, por quais outras razões? Outra questão: se os padres por premissa eclesiástica não possuem bens em nome próprio, de onde terá vindo o dinheiro para a concessão à chantagem? Terceiro, alguém de quem se espera que a chantagem e a extorsão sejam objeto de repúdio, não estaria sendo incoerente ao extremo ao permiti-lo?

A questão do dinheiro movimentado remete sim a uma questão bem maior. Já passa da hora de auditar as ONGs e exigir destas a prestação de contas clara e detalhada, principalmente das que se mantém com a concessão de verbas públicas. É um absurdo que entidades dessa natureza atuem de forma obscura, como temos visto em ONGs apadrinhadas por políticos, por exemplo. Além de cabides de emprego, há as facetas podres de sustentação de campanhas políticas e incremento de patrimônios pessoais. Por isso é que as ONGs têm sido alvo de denúncias, algumas delas bem fundamentadas. Esse é o principal indicador de que devemos ficar de olho aberto, tanto a respeito da destinação dos seus recursos mas também da captação dos mesmos. Aí é que "mora o Neves" no caso do Pe. Júlio, se é que você me entende.

Já faz tempo que as campanhas em prol de entidades assistenciais me despertam muita suspeita. É um tal de fundação fulano de tal, associação daquilo e outras tantas, que dedicar credibilidade a alguma está ficando cada vez mais complicado. De boas intenções o inferno está cheio. E algumas contas-corrente também.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Marido exemplar

Essa eu recebi hoje de minha cara amiga Ana Lúcia. Uma pena é que já criaram a versão Powerpoint. Não entendo por que é que alguém acha de recontar uma piada em slides de Powerpoint. Queria mesmo era saber quem foi o desgracento que inventou essa merda do Powerpoint. Vamos lá, no bom e velho modo texto:

O cara tava no estádio na final da Copa aguardando o início do jogo. Ingresso caríssimo, diga-se de passagem. Ao seu lado, separando ele do próximo torcedor, um assento vazio. Até que esse outro pergunta:

- Um lugar vazio. Quem terá comprado?

- Era pra minha esposa.

- Ué, por que ela não veio?

- Faleceu.

- Você comprou um ingresso para para homenageá-la?

- Não. Ela ainda era viva quando juramos assistir essa final.

- Nossa, então ela morreu recentemente?

- Pois é.

- Sinto muito. Mas você não tinha alguma outra pessoa conhecida para vir no lugar dela?

- Eu até tinha.

- Mas não quis quebrar sua promessa, não é?

- Mais ou menos.

- Então, o que houve?

- É que ninguém quis vir comigo. Todos preferiram ficar lá, no velório dela.

. . .

terça-feira, 23 de outubro de 2007

No dos outros é refrigerante

O presidente Lula-Lelé decretou, sancionou uma lei, encaminhou um projeto ou sei lá qual é o dispositivo, mas que enfim proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos à beira de estradas federais. Ele só fez isso porque não viaja de carro pelas estradas e sim de aerolula, belo e folgado, bebendo à vontade. Puta cara egoísta, viu?

A medida é inócua. Veja bem o que vai acontecer: os motoristas bebuns e irresponsáveis - perdão pelo pleonasmo - vão apenas adentrar alguns metros nas cidadelas durante o percurso. Lá encherão os miolos, já moles, de mais cachaça e voltarão para a rodovia para continuar fazendo merda, pondo em risco a vida alheia. Por tabela, ainda vão rodar mais e poluir mais, aumentando o aquecimento global. Desgraça pouca é bobagem.

O tio Xavier, mais uma vez, tem a solução para o problema: Descarregar cumulativamente nas bebidas alcoólicas toda a alíquota tributária que incide sobre o álcool combustível e isentar este de tributos. Isso fará com que o setor sucro-alcooleiro prefira vender o produto-base às companhias de combustível, ao invés de fazê-lo aos engarrafadores de bebida. E mesmo os produtores de cana que fabricam bebidas, vão preferir vender álcool combustível ao invés de cachaça.

Com o aumento da oferta e a isenção tributária, o preço do etanol despencará e todo mundo vai converter os carros. O ar ficará limpo, o país reduzirá a importação de petróleo para zero e a balança comercial dará saltos positivos nunca antes vistos na história deste país. De quebra, teremos mais créditos de carbono para vender para os ianques e europeus, podendo aplicar a grana em programas de inclusão social.

Esses governantes não sabem de nada.

Tio Xavier para Ministro da Agricultura já! E em 2010 para presidente!