sábado, 12 de julho de 2008

O maravilhoso mundo da privatização

Quem mora em SP lembra-se de quando éramos "reféns" da operadora de telefonia estatal. A TELESP era a única empresa a dispôr de linhas telefônicas particulares e orelhões. Até que sábios políticos trouxeram um novo mundo para os usuários. Foi quando os espanhóis da Telefonica aqui aportaram. Eles podiam ter tido concessão para criar NOVOS serviços telefônicos e novas redes idem. Mas herdaram o legado da estatal e o que fizeram?

Tente achar um orelhão. De preferência um que funcione. Disseminaram os telefones privados por todos os lares. Claro que isso é bom. Mas a TELESP já estava devolvendo as ações dos usuários que investiram até dois mil dólares por uma mísera linha telefônica de plano de expansão. Tornar o telefone um mero serviço era questão de tempo.

A qualidade de atendimento. Isso sim. Nos bairros havia agências da TELESP onde podíamos encostar no balcão e falar com seres humanos capacitados. No limite podia-se ir na Rua Sete de Abril onde era a central. Os poucos problemas que tive foram resolvidos lá. Agora somos obrigados a ligar para o maldito 103-15 ouvirmos propaganda da própria Telefonica por cinqüenta minutos e sermos atendidos por bestas humanas robotizadas, isso se conseguirmos uma após repetirmos cem vezes o nosso número de telefone e o problema.

Os técnicos: antes eram da própria operadora. Funcionários na maioria concursados e com formação técnica da empresa. Hoje sou atendido por "manos" que andam como doidos com aqueles carros com escadas em cima. São sub-contratados por prestadoras terceirizadas. Sujeitos que sempre têm um modemzinho, um aparelho ou outra quinquilharia na manga, obtida sabe-se lá como, pra nos oferecer mediante um "por fora".

Agora o mais sinistro de tudo é que a promessa da privatização foi que "a mão invisível do mercado" propalada por Adam Smith trataria de despencar as tarifas porque inúmeros competidores entrariam nos mercados. Ao menos no de telecomunicação, tudo como dantes no país de Abrantes. Tirando um misto de celular-fixo da Embratel, não tenho outra empresa de quem contratar uma linha telefônica fixa. Internet? Opa... alguém aí avisou que em 90% das ruas APENAS UM SERVIÇO de internet vigora? Não parece estranho? Não sei porque a palavra "truste" não me sai da mente.

Tio Xavier está postando de sua residência após dez dias sem internet e para isso ainda teve que amargar horas ao telefone até que mandamos cancelar todos os serviços. Só então resolveram mandar um sujeito aqui para constatar o que eu falava há dias para os desinfelizes do 103-15. Que a merda do serviço Speedy em minha casa não conectava por problemas lá na central DELES. No meu barraco somos em dois profissionais de informática suficientes para distingüir problemas nos nossos equipamentos dos deles. Mas tente explicar isso pra eles.

Privatização = concorrência... Ahãm... Tá.

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