domingo, 12 de outubro de 2008

Nota de falecimento, parte XVI

Faleceu nesta madrugada uma das pessoas mais importantes que passou na vida do tio. Ele soube ser amigo, camarada e até pai nos momentos mais difíceis da minha juventude. Presente igualmente em ocasiões divertidas em volta da churrasqueira (com caipirinha e cerveja também), o padre Pedro Paloschi, natural de Botuverá-SC, foi uma das pessoas mais coerentes e responsáveis que conheci.

Os amigos do tio mais próximos dessa época, hão de saber a diferença que o padre Pedro fez na vida de tantas pessoas nas comunidades por onde passou. Estudioso, sensato, equilibrado e sobretudo responsivo, Pedro nunca se calou diante de uma situação injusta e é claro que em alguns momentos isso lhe custou os pouquíssimos desafetos que ele teve.

Por uns bons anos participei da paróquia católica que ele coordenou na Vila Maria. Devo dizer que muito da minha formação e caráter tem base na passagem do Pedro. Embora hoje eu já não professe o mesmo credo religioso dele, respeito muito a este, sobretudo pelo testemunho vivo do Pedro. Ainda no início deste ano tive oportunidade de almoçar com ele e apresentar-lhe a darling e a cria mais nova. Pude ver nos seus olhos e sorriso a sincera satisfação de ver uma velha ovelha desgarrada vivendo feliz.

Só que hoje pela manhã recebi um telefonema de um amigo comum, me dando conta da triste notícia de sua partida. Para onde? Não sei. Mas se o deus em que ele acredita existir mesmo é certo que há de ter um lugar reservado para esse meu amigo. Com muito churrasco e cantoria de modinhas. Ah, e umas cervejas na geladeira.

Vai lá com ele, Pedrão. Se for verdade mesmo, talvez um dia a gente se veja de novo. Desculpe pelas tantas lágrimas de hoje, que não combinam com as lembranças das nossas festas. Mas é também pelas lembranças felizes delas.

Leva saudades deste seu amigo e admirador.

Um comentário:

Carlota disse...

Meus sinceros sentimentos, Tio.
Um beijo grande.