Trata-se de uma localidade um bocado distante em relação à Praça da Sé, marco zero da cidade. Coisa de cinqüenta e tantos, quase sessenta quilômetros, se fosse em linha reta. Mas um ônibus do centrão da cidade até lá roda cerca de oitocentos quilômetros para chegar ao destino. É a beiradinha do final do extremo sul da cidade, sendo que da rebarba dela dá pra ver... O MAR. É verdade. Existe um subdistrito do subdistrito, que é uma subdivisão de Parelheiros, pois desgraça pouca é bobagem. Chama-se Engenheiro Marsilac e do alto de uma colina desta dá prá ver o Atlântico, já que de Marsilac é mais perto ir para Mongaguá pela mata do que ir para o centro de Sampa de busão. É provável que alguns moradores de lá trabalhem no litoral, indo à pé todos os dias.
Como se não bastasse morar em um lugar desses, a região de Parelheiros obviamente coleciona os piores índices sociais. A pesquisa do IDH da ONU nem chega lá. Escolaridade? Vamos mudar de assunto. Saúde esse povo deve ter de sobra, porque conseguem sobreviver sem uma mísera instalação hospitalar. Violência nem tanto. Basta não olhar torto pra ninguém, pois não há xerife local. Saneamento, nem o básico e fossa lá já é um item de luxo nos casebres. A economia deve basear-se em agricultura de subsistência, considerando que o capitalismo ainda não chegou. Nem deve ser por maldade dos governantes, pois creio que a maioria sequer soube que essa beirada cartográfica existia.

Tá de bobeira, Kassab! A hora é agora.
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