segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vamos a la playa?

Ir a Long Beach City, quando eu era molecão, já foi sinônimo de lazer. Com uma turma que incluía minha namorada, alugar uma kitchenete, pegar o busão na rodoviária, botar a mochila nas costas e para passar fins de semana no litoral paulista compunham uma boa estratégia para fugir da estressante soma trabalho + faculdade + militância política.

Não sei dizer ao certo qual era o maior atrativo da brincadeira. Mas penso que era uma combinação de ficar longe da casa dos pais, próximo de amigos e amigas queridas e, principalmente, ter a namorada ao lado para tomar banho, trepar e dormir junto sem pudores, não necessariamente nessa ordem. No cotidiano esse aconchego não era tão facilmente realizável. Mas nesses fins de semana construíamos uma área de proteção, sem tutela dos familiares, principalmente os das meninas, claro. Era um quase-amor-livre, embora monogâmico. Tudo bem, um beijo lá outro cá em outra amiga, que não era a namorada era até tolerado. Revezávamos entre o apartamento e a praia, dando prioridade absoluta para esta, onde salgávamos a pele bebíamos cerveja e caminhávamos falando besteira. Em suma, foi bom.

Mas como tudo passa e até a uva passa, hoje em dia não consigo achar graça em praia lotada e sol escaldante. A praia é a mesma, o Atlântico é o mesmo, o público é o mesmo. Tenho clareza de que a única variável que se alterou fui eu. Primeiro que nunca suportei de fato o sol. Sou branco como um esquimó e tenho olhos claros. Por isso a única forma de eu permanecer algum tempo em lugares ensolarados é justamente minimizar os efeitos do astro-rei sobre mim: protetor fator 290, óculos escuros, camiseta e guarda-sol. As águas agitadas e salgadas do mar, não me possibilitam nadar e me exercitar. As muvuca na praia, com profusão de barracas, vendedores que nos abordam sem parar, gente fazendo batucada e aparelhos sonoros tocando música de mau gosto também não me apetece. Em se tratando das praias mais popularescas sobrou alguma coisa? Não, né? Quem está sobrando sou eu e sei o que significa "retirada estratégica".

Na próxima vez em que a darling insistir em ir à praia, valendo-nos de nossa maturidade conjugal, combinaremos que ela e a cria vão e eu fico. Na categoria de lazer aquático, uma piscina, de preferência coberta, faz mais minha cabeça. Se for à noite então, melhor ainda!

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