quinta-feira, 27 de março de 2008

Roteiro gastronômico do submundo 2008-2

Subtítulo: AO DIABO COM OS NABOS

Há algumas semanas eu e os meus "chefes" iniciamos uma odisséia jamais antes tentada pelo homem: encontrar um bom lugar para almoçar com comida boa, preço honesto e um mínimo de decência no atendimento. Note que não mencionei questões sanitárias. Não é que sejam presumidas nem que estejam implícitas. É que abandonamos esse quesito por pura preservação da espécie. Almoçar nas ruas de uma metrópole não é tarefa simples, ainda mais se você começa com muita frescura. Já visitamos dezenas de milhares de botequins e ainda não encontramos a Shangri-lá do comercial com bife e ovo frito.

Como já era a centésima-quadragésima primeira tentativa, ao passarmos pela Rua Domingos Rodrigues 423 apenas entramos. Nossos olhos esbugalhados e olheiras denunciavam a voracidade do apetite. Sem questionamento pegamos nossos pratos e fomos nos servir. Era apenas mais um do inédito sistema self-service (ou "serve-serve" como pronunciam alguns serviçais menos letrados).

Para alguém como eu que desde cedo hoje estava com gana por ver um boi no rolete, a visão do buffet não foi das melhores. As coisas me pareceram meio estranhas, mas já era tarde demais. Entre tantas coisas havia uma massa esverdeada sob um pingo de molho que me sugeriu ser uma panqueca recheada de carne. Abracei. Mas ao comer notei que o queijo branco dentro não se parecia em nada com coxão-mole moído. Ricota. Depois peguei algo que lembrava um hambúrguer. Não era muito bom, mas não consegui definir do que era feito. Agora estou lendo o folheto que apanhei na saída, no qual se lê: "hambúrguer de PVT". Não vou pesquisar o têrmo na internet porque se eu vomitar terei que sair para comer um cheese-salada-bacon imediatamente.

Bem que eu achei cultureba demais a decoração do lugar. Era cheio de livros em estantes, revistas, objetos decorativos e fotos da natureza. Mas ingenuamente não percebi o óbvio. Após comermos (mal) e saírmos de lá, senti um alívo quando avistei uma feira-livre com uma barraca de pastel onde devorei um sem cerimônia. De carne, obviamente. Nada como gordura saturada, carne e massa cheia de carboidrato para saciar um primata selvagem.

Se você se interessou pelo estabelecimento comentado, beleza. Nada contra. Clique AQUI e aprecie. Já eu não vejo a hora de chegar o almoço de amanhã pra eu descontar. De preferência em uma churrascaria.

5 comentários:

Anônimo disse...

PVT: abreviatura de proteína de vegetal texturizada...

Argh! Ainda é sem colesterol!

AI TIO, ACHO QUE TBÉM VOU VOMITAR!

Cidinha

Tia Paula disse...

É perto da minha casa. Tem um milhão de lugares como esse nas redondezas, não sei bem por quê. Moro no reduto da alimentação natureba. E sabe o que é pior? Eu gosto (e sim, tenho uma ponta de vergonha em admitir).

Mary Poppins de TPM disse...

eu gosto tb, de verdade, mas a primeira coisa que vou fazer qundo voltar para o Brasil e me enfiar num rodizio de carnes com direito a tudo!

Anônimo disse...

Estou surpresa por saber que alguém que posa no blog de intelectual e consciente não tem capacidade de enxergar a crueldade e selvageria que representa o ser humano se alimentando de outros animais. Procure visitar um matadouro para ver se mantém sua opinião irônica.

Tio Xavier™ 4.5 Plus disse...

Prezada senhora greenpeaciana anônima:

1) Não sei de onde tirou que eu poso de intelectual e consciente. Não sou nem um nem outro.

2) Já visitei um matadouro galináceo e confesso que não trabalharia lá por dinheiro algum. Mas o produto final rodando na máquina da esquina... já é outro papo. Servida?

Desta feita mantenho minha opinião: picanha é uma delícia!

(Ps.: Vocês é que são uns covardes ao arrancar do chão pobres vegetais indefesos que não têm nem como correr.)