domingo, 1 de março de 2009

Fucking everyday?

Prefiro que você leia na Istoé AQUI mas o mercado de técnicas mirabolantes e ajuda enlatada para as pessoas chegou à cama dos casais trazendo o óbvio.

Vamos lá: você sabia que casais que transam mais vivem mais felizes? Que o sexo tem a incrível capacidade de eliminar o tédio dos casamentos? Que a vida do casal com sexo regular faz com que os cônjuges se tornem mais parceiros e mais cúmplices? Incrível descoberta. Mas o fato é que a grande maioria das pessoas - com certeza você conhece várias - conseguem conduzir casamentos com um distanciamento físico de fazer inveja a inimigos.

Leia a matéria indicada e surpreenda-se com o casal estadunidense Annie & Douglas. Eles fizeram uma espécie de auto-terapia, composta de uma maratona ininterrupta de X dias com festinha na cama. Há também o casal conterrâneo Charla & Brad (não se empolguem meninas, não é o Pitt) na mesma faixa etária, no qual ela adotou a maratona sem falar com o marido. E deu certo.

Curiosos são os supostos comentários sobre as amigas de Charla. Diz ela: "... Quando contei às minhas amigas do meu plano, elas me perguntaram se eu andava bebendo. Uma delas implorou para eu não deixar o marido dela saber". Ou seja, há um sem-número de pessoas provavelmente entediadas com o parceiro, que fogem do sexo como o vampiro do alho. Daí nascem as tais dores-de-cabeça e demais desculpinhas esfarrapadas. Esse comportamento repulsivo esconde o fato de que as pessoas vão perdendo o interesse pelo parceiro e até pelo sexo em si. Exceto no seriado Desperate Housewives - que o comediante Chris Brown chama carinhosa e sinteticamente de Putas. Nesta, as entediadas esposas procuram freneticamente por aventuras sexuais fora de casa. Prováveis exceções. De modo geral, o que ocorre é apatia mesmo. Pesquise sutilmente entre seus amigos(as) casados(as).

Esse assunto dá muito pano pra manga. Pra começar que a sacralização do sexo pode estar por trás desse tédio. A (suposta) exclusividade do casal no que tange o sexual é uma provável causa de anestesiamento. Há pesquisas que afirmam que o cérebro tende a inibir a percepção de cheiros recorrentes como mecanismo de defesa (é o que impede o lixeiro morrer de náusea). Essa mesma defesa joga contra a ação dos feromônios exalados pelo(a) parceiro(a). Dessa forma, supõe-se que no decorrer de certo tempo, um casal tenda a não sentir atração mútua tendo desenvolvido insensibilidade aos feromônios do outro. Os feromônios contém características distintas em cada indivíduo, trazendo consigo atrativos específicos. Daí que é possível a um indivíduo não ser mais atraído pelos feromônios do(a) parceiro(a) - no caso da monogamia - e sentir-se atraído(a) por outrem. Tá captando? Pois é. Imagina o pano pra manga que essa discussão dá.

A monogamia é um fato cultural e está muito mais ligada a questões econômicas do que antropológicas. A religião, a moral e as leis apenas legitimam os hábitos constituídos. Traduzindo, grande parte dos povos - senão a maioria - adotou modelos de uniões exclusivas, com um só parceiro, motivada por questões relativas aos bens, herança e ao modo de produção. Não há nada de natural nisso. Por medo da divisão de propriedades é que as civilizações e povos adotaram a monogamia. Que o digam os camaradas Marx & Engels (saiba mais). Mas deixa eu encerrar por aqui, porque minhas opiniões a respeito são um tanto polêmicas e não quero me complicar. Se quiser levantar mais poeira e ferver mais a sua cacholinha, dê uma lida em coisas como isto AQUI.

Conselho do Dr. Sigmund Xavier: sexo é bom e merece atenção e dedicação. Dizem que sexo é bom até quando é ruim. Pessoas que não fazem são geralmente frustradas e descarregam essa energia vital em atividades medíocres, como palpitar sobre a vida alheia ou arranjar encrenca com quem está quieto. Tá estressado? Vai trepar. E tenho dito.

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