sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Literatura nunca mais

Você tem problemas quando seus amigos começam a falar sobre literatura clássica? Não sabe o que dizer quando alguém pergunta se você já leu determinado livro? Fica constrangido porque na verdade você gosta de beber, fazer sexo e não tem tempo para essas babaquices?

SEUS PROBLEMAS SE ACABARAM!

É por isso que Tio Xavier está publicando mais um serviço de utilidade pública. O melhor e mais crítico resumo, jamais antes publicado, dos chamados "clássicos da literatura mundial", que na verdade são um pé-no-saco. Agora você brilhará nas reuniões arrasando com essa chatisse pseudo-intelectual dos seus amigos frustrados, que ao invés de transarem gastam as noites lendo. Vamos lá.

Madame Bovary, de Gustave Flaubert. 778 páginas.

Uma dona de casa mete o chifre no marido e transa com o padeiro, o leiteiro, o carteiro, o homem do boteco, o dono da mercearia e um vizinho cheio da grana. Depois entra em depressão, envenena-se e morre. Não gaste tempo com isso. "A dama do lotação" do Nelson Rodrigues dá de dez nisso.

Guerra e Paz, de Leon Tolstoy. 1.200 páginas.

Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado enquanto Napoleão invade Moscou (óbvio pois ninguém era besta de querer enfrentar o general Bonaparte). A mocinha casa-se com outro. Sinceramente, mil e duzentas páginas para isso? Paulo Coelho teria feito melhor e mais resumido.

À La recherche du temps perdu, de Marcel Proust. 1600 páginas.

Um rapaz asmático e de modos delicados sofre de insônia porque a mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite. No dia seguinte (pule para a página 486 vol. I), come um bolo e escreve um livro. Nessa noite (se mande para página 1344, vol.VI) tem um ataque de asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos. Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão todos muito velhinhos. Acredita que tem gente que lê tudo isso? Eu não.

Os Lusíadas, de Luís de Camões. 652 páginas.

Um poeta com insônia decide encher o saco do rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas resolvidos por uma deusa super gente boa, ganham a maior boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas. Isso prova que sempre existiram desocupados, mesmo nos tempos do império, no melhor estilo "Senta que lá vem história". Prefira assistir ao "Castelo Ra-Tim-Bum".


Romeo and Juliet, de William Shakespeare. 336 páginas.

Dois adolescentes rebeldinhos se apaixonam, mas as famílias proíbem o namoro. As duas turmas saem na porrada, uma briga danada, muita gente se machuca. Então, um padre tem uma idéia idiota e os dois morrem depois de beber veneno, pensando que era sonífero. Pior impossível. Podiam ao menos se mandar para a Holanda e ficar se drogando em Amsterdan. Ao invés de ler isso, coma queijo com goiabada.

Hamlet, de William Shakespeare. 400 páginas.

Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que trepa com a mãe dele, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que, entretanto se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio, que tinha matado o pai do seu namorado e trepava com sua a mãe. O príncipe mata o tio que trepa com sua mãe, depois de falar com uma caveira. Morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Puta merda! Essa gentalha não sabe trepar na surdina e ficar tudo de bem? Agora me diga, vale à pena percorrer 400 páginas por isso?

Édipo-Rei, de Sófocles. 72 páginas.

O xarope qualquer, não dá ouvidos ao que um ceguinho lhe diz e acaba matando o pai, depois trepa com a própria mãe e furando os olhos. Por conta disso, séculos depois, um tal de Sigmund lê isso e inventa uma nova forma de ganhar grana. Surge a Psicanálise que, enquanto mostra que você vai pelo mesmo caminho, lhe arranca os olhos da cara em cada consulta. Incesto caro esse. Édipo podia ao menos catar a mãe do príncipe Hamlet.

Othelo, de William Shakespeare. 368 páginas.

Vamos combinar que esse tal Shakespeare devia ser um tremendo vagal que além de tudo não trepava com ninguém. Mas eu explico só mais este. Um rei otário, tremendo zé-goela, tem um amigo muito do fdp que só pensa em passar-lhe a perna. O tal "amigo“ não ganha um cargo no governo e resolve se vingar do rei, convencendo-o de que a rainha está dando pra outro. O fato é que zé-mané acredita e mata a rainha. Depois descobre que não era corno, mas apenas muito burro por ter acreditado no traíra. Prende o cara e fica chorando sozinho. Prefira assistir a um filme com o finado Grande Otelo, mil vezes mais divertido.

* * * * *
Graças às informações acima, você economizou a leitura de pelo menos 5.400 páginas e mais R$ 500,00 em livros. Agora vá para a balada ou beber que é muito mais divertido. Quando o papo idiota de literatura começar, esculache com esses títulos, dizendo que são um lixo. Quem sabe nesses ambientes pinte alguém simpatizante a fim de sexo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Olha Xavier, realmente achei alguem que partilhe do mesmo pensamento que eu, mas isso nao significa que queira fazer sexo contigo.

Pego os idiotas falando sobre livros e respondo, na lata "se nao virou filme, nao é bom".

Adoro zoar idiotas que dizem, "vi o filme, mas o livro é muito melhor".

- Por que?
- Porque no livro voce imagina
- Se imaginar sem ver é bom, vale a pena ser cego
- Mas no livro tem muito mais detalhes
- Se, na hora de fazer o filme, o diretor cortou, é porque esses detalhes nao interessavam.
Nao tenho tempo para perder, enquanto voce le um livro desses eu vejo 5 filmes e bebo uma caixa de cerveja, tenho que aproveitar meu tempo livre.

- voador

Michel de Oliveira disse...

Ô, Tio, e eu que já li metade desses livros!...

JRP disse...

Realmente, seu Xa-vier, o senhor mostrou-se digno de meu respeito e admiração com este texto.

Portanto, solicito que o senhor abra uma coluna entitulada "Tio Xavier Relê Os Clássicos" ou "Resumindo a Parada".

Continue assim!

Anônimo disse...

Eu realmente ficava constrangida com essas perguntas...saía de fininho pra não pagar mico! Mas agora, meu problemas acabaram...vou sempre lembrar da sinopse escrachada criada por você! Parabéns! Eu sempre te disse que você deveria ser um critico reconhecido mundialmente!

bjks

Cidinha

Musa de Caminhoneiro disse...

Que alívio! Pela primeira vez tenho coragem de dizer que tive vontade de cortas os pulsos ao ler Os Lusíadas. Vale ressaltar que fui obrigada imposição de um professor de literatura, no 2o grau.