domingo, 1 de abril de 2007

Second Life

Não é que eu nunca tenha jogado nada no pc. Joguei e muito. O tio é do tempo em que jogo de ação era Wolfestein Castle e depois veio o sensacional Wolf3D. Só que meu espírito imediatista exige que esse tipo de atividade lúdica surta resultados a cada rodada. E tome jogo de tiroteio. No Playstation® tivemos em casa a trilogia de Die Hard e meu preferido foi o episódio do aeroporto, cujas cenas se movimentavam sozinhas e era só mandar bala nos maus. Tanto que comprei uma pistola para atirar com afinco nos terroristas malfeitores. Mas é como eu falei acima, sempre com um objetivo imediato. No caso, colecionar terroristas mortos era bem legal. Ainda vieram depois os do 007 e tantos outros. Também havia uns de corrida de moto como o Road Rash, com o qual eu me diverti muito chutando policiais e adversários. O último jogo que curti foi a primeira versão de Duke Nukem que só recentemente descobri que já tem um emulador para pc. Talvez eu o baixe. E compre um joystick para meu pc, claro.

Recentemente tenho lido coisas sobre o tal de Second Life. Mas não consigo entender como é que uma pessoa pode passar tanto tempo online jogando uma coisa daquelas. Eu até ameacei entrar para ver do que se tratava. Fui cadastrando, confirmando até que vi que teria que instalar um software internamente para compartilhar da jogatina online. Abortei. Na verdade eu penso que minha First-Unique Life já me toma tempo suficiente. Não é fácil tocar uma micro-empresa, cultivar as poucas e seletas amizades que mantenho, cuidar da família, mais recentemente lecionar, manter este blog atualizado, administrar as contas pessoais e ainda manter um nível de lazer e parceria com a esposa para não deixar a peteca cair. Isso fora os dois perfis verdadeiros e os três fakes que mantenho no Orkut. As sucessivas telas de cadastro do SL me propiciaram tempo para pensar nisso. Sorte minha.

O mesmo digo a respeito de seriados e novelas. Sem entrar no mérito do conteúdo, afinal até há coisas boas, a outra coisa impensável para o tio é condicionar-se a uma rotina pré-estabelecida, em função de um programa de TV. Os marqueteiros que tentarem me fidelizar através de propagandas e merchan em seriados podem ir tirando o cavalinho da chuva. E conheço uma série de pessoas que compartilham dessa idéia comigo. Não me parece haver coisa mais chata do que assistir a algo aos pedaços e ficar naquela ansiedade lascada para ver a seqüência. Isso quando as emissoras não resolvem mudar a grade da noite para o dia, deixando os fãs órfãos. Filme para mim tem que começar e terminar. O máximo que tolero é algo em episódios finitos e desconexos. Narrações que comecem e terminem sem necessariamente lançar premissas para os próximas. Por isso também é raro eu me interessar por trilogias. Quando muito, depois que viraram "carne de vaca" eu alugo os episódios de uma só vez os debulho em um mesmo fim-de-semana. De preferência no mesmo dia, porque se ficarem para o dia seguinte correm o risco de perderem a vaga para um churrasco, uma piscina, um encontro de amigos ou qualquer outro tipo de lazer real.

Pena que haja gente que leve as segundas vidas virtuais e os seriados tão a sério. Na maioria gente jovem, em idades que na minha época me faziam preferir beber, comer e fazer sexo. Ainda prefiro hoje, inclusive. É possível que o lazer pessoal esteja ficando cada vez pior. Second Life, unhappy lives.

Um comentário:

Michel de Oliveira disse...

Tio, já eu sou mais adepto dos RPGs. Jogos nos quais você perde um dia todo e nem percebe que algo aconteceu no jogo...


Agora, esse Second Life é bem ruinzinho. Joguei cinco minutos dele, suficiente pra saber que só gente que não come ninguém que gosta dessas coisas.