sábado, 5 de maio de 2007

And the Oscar® goes to

"Bruna Surfistinha conta sua história na telona
Depois do sucesso do blog e do livro, agora, a ex-garota de programa Raquel Pacheco, mais conhecida como Bruna Surfistinha, vai contar a história de sua vida nas telas do cinema. Karim Aïnouz, premiado diretor de 'O Céu de Suely' (2007) e 'Madame Satã' (2002), fará o argumento do filme em parceria com a escritora Antonia Pellegrino, que escreve o roteiro. O diretor, no entanto, é Marcelo Duarte, estreante em grandes produções. Ainda não foi decidido quem fará o papel principal.

O filme promete cenas de Surfistinha com homens, mulheres, homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres, etc.. Os produtores terão que se virar para adaptar a história, pois o longa não será pornô ou erótico e nem vai incentivar a prostituição. Ele irá focar no drama da garota, a ponto de poder ser visto por pessoas a partir de 16 anos. (...)

Raquel conta quinzenalmente, em entrevista ao diretor, detalhes de sua história como garota de programa de luxo. Duarte filma todas as reuniões, pois o material pode render um futuro documentário. As gravações estão marcadas para o segundo semestre deste ano e lançamento em 2008. A captação por meio de leis de incentivo foi aprovada em março de 2007 pela Agência Nacional de Cinema. (...)

Hoje, não se apresenta mais como Bruna Surfistinha, mas como Raquel Pacheco, ex-prostituta e fenômeno de vendas. Planeja abrir uma butique erótica misturando cafeteria e venda de cosméticos em Moema."

Fonte (uma das): Esta aqui.


Bem, well. A cultura brazuca, se é que um dia houve alguma, chegou ao fundo do poço. Nada contra a jovem garota. Que dê, venda, ceda a título precário - oneroso ou não - o que quiser e a quem achar por bem, desde que seja dela. Eu dispenso de qualquer modo. Mas analise com o tio:

O pseudo-livro O Doce Veneno do Escorpião é uma grande bosta. Linguagem chinfrim e tôsca. Conteúdo zero. Um claro embuste para ganhar dinheiro, às custas de seres incautos, incultos e ávidos pela vida alheia. Sei do que falo porque tive acesso "privilegiado" à uma versão eletrônica - pirata, admito - . Mas é tão ruim que me arrependo dos preciosos minutos que despendi para baixá-lo, descompactá-lo e depois excluir do meu HD. A historieta de uma criatura cujas habilidades se resumiam na capacidade de receber dentro de si genitálias masculinas, os detalhes anatômicos das mesmas e como fazia as proezas, não tem nada engrandecedor. Veja bem que não estamos falando de Madame Bovary de Flaubert, que ao menos tem uma linguagem muito mais elaborada e centra-se no drama de uma mulher insatisfeita com sua enfastiante vida conjugal. Mas fazer o quê? Lembre-se que vivemos em um país onde Paulo Coelho é best seller e nos representa em feiras internacionais.

A garota não tem nenhum atributo estético que a faça mais desejável que a ex-faxineira do meu escritório - esta sim uma moça bonita - . Tive a oportunidade de assistir a alguns vídeos "picantes" da surfista de alcova. Além de os seus traços fisionômicos não representarem nada digno de admiração o seu corpinho roliço passa a anos-luz do que se poderia chamar de mulher gostosa. No boteco do Carlão ela seria classificada no máximo como "baranguinha comível".

Agora o que é mais digno de espanto é uma porcaria dessa gênese obter aval do Governo para captação de recursos mediante leis de incentivo. Para quem não entendeu: a Agência Nacional de Cinema - antiga Embrafilme - e o Ministério da Cultura possibilitarão que empresas deduzam valores do imposto a pagar doando dinheiro para a produção desse lixo. Sensacional. É a literal distribuição de verba pública para a baixaria cultural. Juram que o senhor Gilberto Passos Gil Moreira assinou uma coisa dessas? Por favor, me digam que não.

Jeanny Mary Corner para ministra da cultura já!

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