
Percalços à parte - tive que buscar as carteirinhas no trabalho de minha mulher - chego ao paraíso do lazer popular. Era quase meio-dia e à essa hora, vaga para o carro transformara-se em artigo de luxo, apesar das quase mil e quinhentas existentes. Começo a pensar que o preço do combustível precisa dobrar e o IPVA triplicar. Mas não é hora de perder a paciência. Pelo celular localizo a mana que está em uma das lanchonetes com os filhos. Lanchinho leve tomado e vamos ao farto parque aquático.
O SESC é um dos exemplos de que serviços desportivos, lazer, cultura, saúde e entretenimento podem ser feitos sem precisar de verbas bilhonárias. Se não me trai a memória a entidade se mantém com uma fração de percentual do recolhimento do INSS do comércio e a aplica muito bem. Tudo, incluindo conservação e limpeza, é primoroso. Um pobre diabo como eu consegue passar um dia em um clube de dimensões colossais e serviços diversificados, pagando míseros seis reais para entrar, já incluso o estacionamento. Devido à acessibilidade social, a segunda façanha do SESC se dá na transgressão da Física pela Engenharia. Torna possível comportar duas dezenas e meia de exemplares da crasse trabaiadora em cada metro quadrado das piscinas, que não são poucas nem pequenas.
É uma pena que a carência de lazer popular nas cidades torne o SESC a única opção para muitos. Nesse ritmo, jamais haverá tamanho e quantidade de clubes que comportem os usuários. Isso condena o ambiente ao limiar do suportável nos fins-de-semana. Um verdadeiro festival de proletários ávidos pela justa diversão. Muvuca mesmo. É a materialização do Panis et Circences: tudo de bom para manter o povão contente. Afinal quase todos terão que dar o melhor de sua mais-valia na semana seguinte.
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