domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sebastião Rodrigues Maia


- Mais som, mais grave, mais agudo, mais tudo.

Tim Maia é tão interessante que não achei um título decente para este post. Já devo estar no quarto ou quinto e talvez se você pressionar [F5] o título já tenha mudado. Acabo de ler a obra litero-jornalística de Nelson Motta. Vale tudo é um livro direto em linguagem objetiva, bem escrito e apaixonante. Não pela obra em si, mas pelo objeto da narrativa.

Tim Maia é, por si só, a figuraça mais balançante e mais pitoresca da MPB. Sempre gostei do Tim, principalmente por causa do gênero, dadas as "minhas raízes afro". Vivi e dancei toda a década de 80, que foi o apogeu da carreira musical do Tim com hits que explodiam as caixas nas pistas das casas. Esmerilhávamos o chão com nossos sapatos (minha geração procurava se vestir bem e usava sapatos para ir aos bailes) fazendo passos sincronizados em grupo, ao som de Sossego e Do Leme ao Pontal.

Nas palavras do próprio autor ninguém, nem cheirando tudo o que o Tim cheirou, bebendo tudo o que ele bebeu e fumando tudo o que ele fumou, jamais conseguirá se aproximar do perfil do músico mais doido, mais intempestivo e mais swingado que o Brasil já viu.

Compreender melhor as fases da vida e da obra timaiana me animou a dar um retoque na minha coleção de mp3 do gordo. Até então resumia-se à ripada de umas coletâneas que possuo, mais a digitalização de uma fita K7 e um LP. Como estou sem o menor saco de caçar agulha do toca-discos pra digitalizar os outros LPs e sem grana pra comprar mais CDs, o jeito foi apelar para São Download. E olha que tem coisa do Tim na rede. Do it and enjoy it.

Por fim recomendo a todos que leiam o livro. "Vale Tudo" valeu os cinqüenta merréis pagos. Lamento apenas pelo final, que não me furtarei de contar aqui: o Tim morre. A propósito em março fará dez anos. O Brasil ficou sem síndico.

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