Só que outro dia voltando da casa de uma amiga passei pela Av. São Miguel e avistei uma fachada grande ostentando o nome Chico Restaurante. Arisco com os estabelecimentos destas bandas eu apenas parei para observar. Sem referências ou indicações de clientes - essenciais nesse ramo - limitei-me a reparar que os carros estacionados à porta era beeeeem melhores que o meu corsinha velho. Toyotas, Hyundais e até um Chrysler bem novinho reluziam na rampa espaçosa. Considerei a possibilidade de que seja bom e esteja fora do mercado de "prato feito a cinco reais".
Fomos hoje. Acordamos ao meio-dia e decretei que sairíamos logo pra almoçar. Caso fizéssemos o breakfast encararíamos lugares lotados e retornaríamos atrasados para assistir à final do paulistão (Timão... Eô). Votos vencidos, a darling e o enteado embarcaram no meu possante e fomos encarar o Chico. Sem trocadilhos, por favor.
À porta haviam outros dos vistosos carros que custam mais do que o meu barraco. O gentil funcionário ao olhar meu humilde transporte sugeriu que eu parasse no estacionamento deles ao lado. Eu faria o mesmo se fosse o dono, afinal marketing é fundamental. Mas ao entrar já foi estranho não ser recepcionado por ninguém. Fomos andando devagar, tentando localizar uma mesa e só depois de acomodados é que apareceu uma moça trazendo cardápios. Sem maitre, sem recepcionista, tsc...
Trouxeram o que chamaram de couvert: três mini-pães franceses, um potinho com vinagrete e três manteigas em miniatura. Pobrezinho é apelido. Já o cardápio era satisfatório na variedade e economicamente acessível. Pedimos um filé à parmegiana. Só que acredite ou não o dito não acompanha fritas. Tive que pedi-las à parte. Embora o bife tenha me parecido de bom mignon, o molho estava ácido com gosto de enlatado. O arroz era quebradiço e as fritas bem que podiam ser daquelas de pacote congelado. Ao menos seriam seletas e uniformes. A aparência das que vieram era bem feia.
O que é digno de nota sobre muitos lugares que servem parmegiana é que os donos parecem não desconfiar de onde poderia vir o nome da iguaria. Dessa forma no Chico eu também tive que pedir pelo queijo parmesão. Vamos ver se os donos de restaurantes matam a charada: Parma... Parmesão... Parmegiana. Sacaram? Não, né? Não tem importância. Fora as mancadas acima, sobretudo o molho que merecia mais capricho, a bóia era comível.
Aleluia! Lá no Chico não havia guardanapos de papel. Somente grandes guardanapos brancos de pano para colocar no colo e fazer a limpeza trivial. Mas o garçom me trouxe um copo com um OGNI (objeto grudado não identificado). Reclamei educadamente e me trouxeram outro: MOLHADO. Complicado esse serviço de copa. Na parede do salão havia a hedionda televisão de cem polegadas. Porca miséria, o que há com donos de restaurantes que não conseguem manter o ambiente apenas com uma música suave? Ao menos essa não estava com o volume no último, mas televisão em restaurante devia dar de dois a cinco anos de reclusão.
Por fim pedi a conta e trouxeram-me a de outra mesa. Daria quase no mesmo, financeiramente falando. Mas não era a minha e um pouco de atenção pouparia o retrabalho. Junto com a troca pedi a máquina portátil de débito eletrônico da rede X. O garçom sem cerimônia disse pra eu pagar no caixa porque o aparelho estava recarregando a bateria. Podia ao menos ter pedido desculpas.

O Chico Restaurante fica na Av. São Miguel, 4779 - Ponte Rasa - Sampa.
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