domingo, 8 de janeiro de 2006

Baile de Formatura

Ontem fomos ao baile de formatura da cunhada de minha esposa. Ou seja: da minha concunhada, se é que isso é parentesco. A mulher se formou em Enfermagem.

O local até que é bom, agradável e de um requinte sem muita frescura. O Club Homs, na Av. Paulista, é bastante tradicional nesse tipo de evento. Mas mal começa o baile e eu começo a perceber que não tenho mais saco para essas coisas. Ou estou ficando chato demais. Ou ambos. Era um desfile de gente feia (Enfermagem nunca foi um hit em mulherada bonita), de modelitos inadequados para a abundância pneumática das formandas, desconforto de convidados e padrinhos não-acostumados ao terno e à gravata e excessiva informalidade indumentária de grande parte dos mancebos. Tudo dizia que os bailes de formatura há muito perderam o glamour.

Ressalvas para o serviço de buffet - abundante e zeloso - e para a banda. Era uma tal de "Saturday-alguma-coisa". O que mais admiro em bandas de formatura é a versatilidade. Intercalar sessões de rock´n roll com discotech, samba, forró (argh!) e axé (argh!) requer jogo de cintura, dos instrumentistas, dos coreógrafos e dos vocalistas. Decerto que é melhor não se ater piamente ao ingrêis do vocal nas músicas americanas, posto que predomina o dialeto embromation. Mas fora isso eu chamaria de audível.

Doppo, as formalidades: 1) Apresentação dOs formandOs (havia alguns poucos do sexo masculino e, segundo a Gramática, isso justifica a predominância do gênero nos pronomes e adjetivos, ok?). 2) Blá blá blá do locutor. 3) A valsa. Poucas coisas se me parecem tão cafonas quanto essa dança, importada em grande parte das terras austríacas. Olho no relógio do celular, já que detesto usar relógio de pulso. São duas e meia da madrugada. Acaba a valsa e lá vem os infalíveis hits baianos contemporâneos de Chiclete com Banana, Ivete Sangalo & Cia. Estico o pescoço para enxergar a pista de dança. Só vejo "mãozinhas prá cima", gente "tirando o pé do chão" e "batendo palmas" como apregoam os profetas da religião baiano-axesista. Olho o relógio de novo e são três horas. Lanço para minha querida esposa um olhar com uma mensagem codificada: nossa cama está nos chamando, embora a festa esteja por demais animada para a maioria dos presentes. Na verdade eu temia também que depois de Sangalo viessem sucessos do Mc Serginho e da Tati Quebra-Barraco que graças à Rede Globo estão virando cults. Come on, darling. Go home.

Definitivamente não tenho mais saco para bailes de formatura. Por gentileza não me convidem. Eu suplico.

2 comentários:

Red disse...

Viva! Alguém que me entende!

Anônimo disse...

Não há ser humano que encare um baile de formatura depois dos 30 anos, Tio, a não ser que esteja comendo alguém. Dentro do baile, de preferência.