domingo, 12 de março de 2006

Supermercado II: O retorno

Eu ainda insisto em não resignar-me à mercearia da esquina. E olhe bem que ela pratica quase os mesmos preços do supermercado e tem tudo o que preciso para que minha família não morra de fome. Jamais conseguirei consumir os 16.000 itens do supermercado. Normalmente preciso semanalmente de dez ou quinze víveres. Mas sou teimoso e sem memória, porque esta manhã fui com minha esposa e a filha caçula no Carrefour Pêssego. Eu não me lembrava porque fazia tanto tempo que não íamos lá. Costumo dar refresh na memória e esquecer coisas ruins. No caso da loja em questão é o serviço como um todo que é uma merda. Sempre foi, desde a inauguração. Lembrei tardiamente.

Depois de apanhar a dúzia e meia de coisas absolutamente necessárias mais duas ou três bobagens, vi o de sempre: apenas um terço dos caixas em operação e filas absurdas. Decido por uma que me pareceu com menos carrinhos e menos diversidade dentro destes. Logo, andaria mais rápido, certo? Errado! A tiazinha que operava o caixa parecia um cruzamento de comadre tagarela com lesma. Passava vagarosamente cada produto no leitor e olhava o preço no monitor, fazendo algum comentário desnecessário. Não bastando, ainda colocava gentilmente o item dentro da sacola plástica. Saco, se o supermercado quisesse prestar este serviço não contrataria um empacotador? Mas não ficou só nisso: após passar a compra, a cliente que devia estar muitíssimo preocupada com a fila e com o almoço do dia - era uma hora da tarde - resolveu perguntar para a comadre operadora sobre uma merda de promoção de sorteio. Eu também nada sei sobre isso e quero que se danem todas as empresas participantes. Só que a solícita tia do caixa desandou a explicar e exemplificar didaticamente mostrando o cartaz de divulgação. Céus, existe um raio de um posto de troca dentro do estabelecimento exatamente para isso. Mas eu mereço!

Após a minuciosa explicação de quinze minutos surgiu algum problema que demandava o patinador. Patinadores são alieníginas assistidos pelos programas de proteção da MIB e são colocados em supermercados para resolver qualquer problema: desde cartão que não lê até estorno de mercadorias, unha encravada e trazer a pessoa amada de volta. O E.T. pegou o cupom fiscal, mais alguma coisa da mão da tia do caixa e desapareceu em segundos, para nunca mais aparecer durante os eternos cinco minutos que agüentei ver a cena insólita. Tempo suficiente para eu decidir abandonar aquela merda de carrinho de compras e ir embora. Afinal me disponho a pagar em dinheiro por tudo o que compro, mas não com a eternidade do tempo de minha vida.

Vão todos para o inferno: o Carrefour, a tia do caixa, a cliente que ajuda na enrolação e a promoção da bola vermelha.

Em tempo: A foto do link, sequer é da loja em referência. Até para atualizar sites os caras do Carrefour são navalhas.

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