domingo, 12 de março de 2006

Supermercado III: O império contra-ataca

Por razões que não vem ao caso, ao fim da tarde eu estava nas proximidades da Praça Panamericana. Encorajei-me novamente para comprar os víveres essenciais, a fim de que minha família não morresse de inanição nos próximos cinco dias. Dirigi-me a um supermercado localizado na dita praça. Apanhei o que precisava e passei as mercadorias no caixa.

A operadora deste era ligeira e sua simpatia limitava-se ao trivial. Merecia o quadrinho de "Destaque do Mês" em comparação com a tiazinha do mercado anterior. Eis que entrego meu cartão de débito e, no momento devido, digito minha senha. Então a saga recomeçou:

- Senhor, não processou, por favor digite a senha novamente? - diz a moça do caixa, que atendo prontamente, pois finalmente eu ia conseguir fazer minhas minúsculas compras. Mas ela alerta de novo:

- Olha senhor, não está conectando ao banco, se importa de tentarmos no balcão central? - claro que eu não me importava, desde que saísse dali com minhas compras em no máximo sessenta segundos. Detalhe técnico raro: eu tinha em saldo na conta cerca de trinta vezes o valor da ridícula compra.

À nova tentativa sem sucesso, a "chefe" do balcão central perguntou qual era o banco em questão e informou que durante o dia todo, justamente o dito, estava sem comunicação. Só se for com aquele mercado porque cinqüenta minutos antes, eu havia pago um restaurante com o mesmo cartão. Então me perguntaram se eu não tinha outra forma de pagamento. Respondi que sim, desde que fosse cheque. Tive a impressão de desapontamento delas e, antes de mais delongas, perguntei com meu sorriso irônico nº16-B:

- Vocês não esperam que eu atravesse a Panamericana e vá ao caixa eletrônico retirar o dinheiro né?

- Senhor, seria a única maneira no momento. É que desde hoje cedo, a comunicação com o seu banco...

Virei as costas e fui embora sem nada dizer. Não era um bom dia para fazer minhas compras, se é que há algum.

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