quinta-feira, 5 de julho de 2007

Free Hotspot

Seu escritório ou residência possui uma rede interna sem fio? O acesso à internet é compartilhado? Quais são as ferramentas ou protocolos de segurança que você utiliza para coibir acessos indevidos?

Quando eu faço essas perguntas para os meus clientes, a maioria fica me olhando com cara de "meu Deus o que é isso?". Quando não fazem pior : posudos dizem que sim, que tomaram todos os cuidados que a rede é segura e tal. Mas na maioria das vezes quem montou a rede sem fio foi aquele filho ou sobrinho que "mexe com informática" ou ainda foram eles mesmos: plugaram, por acaso funcionou de primeira e, como diz a regra, se está funcionando não mexa.

Eis o que aconteceu com o tio esta manhã: abri meu notebook, liguei-o enquanto pegava a fonte de alimentação, dei logon do sistema operacional e logo estava acessando a internet para ver minha correspondência matinal. Navegava pelos webmares na boa quando percebi que o cabo azul de rede em minha mesa jazia inerte, desconectado e ocioso. Olhei a barra de tarefas e então percebi que estava acessando uma rede sem fio de algum vizinho desavisado. Um comandinho aqui, outro acolá e consegui acessar o compartilhador de banda larga que espalha o sinal. Entrei no dispositivo testei uma ou duas senhas daquelas óbvias e lá estava eu dentro do wireless router do tal vizinho. Acredite: o usuário administrador do dispositivo chamava-se singelamente "admin" e a senha então era... "admin". Mais óbvio impossível.

A queda do dólar e a popularização dos acess points fez com que uma boa leva de usuários, já quase inaptos tecnicamente a ter um computador e zelar por ele, passassem a ter acesso à banda larga e agora a roteadores sem fio. Pior impossível. Com a ausência total de segurança da parafernalha do vizinho, bastaria um filtro de pacotes, implantado por este que aqui escreve, para descobrir coisas incríveis: de senha de provedores, e-mails, senha de orkut, papos de msn e até senhas bancárias. Pior impossível.

Não estou nem um pingo interessado nos pormenores sórdidos da vida alheia, tampouco em obter grana roubada, mas quantos outros não estarão? O que os sujeitos das proximidades fazem é algo como deixar o carro aberto com as chaves no contato, a porta de casa escancarada ou ainda, deixar o cartão bancário sobre o caixa eletrônico com um papelzinho com a senha colado. Adotam inadvertidamente tecnologias com as quais não sabem lidar e não buscam informações mínimas sobre precauções e medidas de segurança. E isso está crescendo a olhos nus - ou melhor - longe dos olhos dos usuários já que esse tipo de comunicação é intangível. Sinto muito por eles, mas os ladrões que estão ingressando no mundo da Informática por muito tempo não terão nenhum trabalho para roubá-los. Mais fácil do que tomar doce de criança. Depois as vítimas hão de praquejar contra os fabricantes de tecnologia, contra os bancos e sei lá mais contra quem.

Agora a idéia de deixar de pagar o meu provedor e pegar carona na internet do vizinho até que não me parece tão má. Afinal o sinal está aí no ar, com quem não quer nada, entrou aqui na minha sala sem eu pedir. Não sei não. Vou pensar melhor sobre isso...

Ps.: Este post foi editado e colocado no ar usando a rede do vizinho, mas só para fins de pesquisa científica sobre segurança. Eu juro. Mas preciso fazer outros testes.

Um comentário:

JRP disse...

Eu lhe recomendo veementemente acssar o computador alheio.
Não para fazer sacanagens mas para ver a sacanagem alheia!
Certa vez eu brincava com um desses programas de "despertar" de virus na charrete de terceiros e fiquei lá, dando PING por um tempão.
De repente: PONG!
Um acesso apareceu!
O virus instalado no laptop de uma advogada abriu as portas da felicidade e desandei a fuçar nas coisas da mulher.
Teses, processos, um monte de papel inútil (prá mim) foi bizoiado.
Normal.
Mas o mais legal era aquela pastinha escondida no fundo dos Documentos!
Ali jaziam centenas de fotos de... Tetas!
A doutora advogada adorava teta de mulher!
A descoberta de que uma senhora digna e respeitável colecionava fetiches sexuais despertou minha curiosidade e desandei a revirar tudo quanto foi computador infectado.
O que eu descobri nem às paredes confesso!
Revire a vida alheia!
É divertido!