quarta-feira, 18 de julho de 2007

Shopping Internacional, (des)serviço de província

Tarde fria e com pancadas de chuva repentinas. Após um pequeno encontro de negócios que marquei no Internacional Shopping em Guarulhos, caminho até onde estacionei meu carro. De longe já vi que tinha esquecido os faróis acesos. E tendo me ausentado por duas horas, era quase certo que a bateria tinha ido pro saco.

Depois de apagar os faróis, tento fazê-lo pegar em vão. A bateria não tinha mais força para funcionar um radinho de pilha, quanto menos o motor de arranque do carro. Procuro um segurança, explico o ocorrido e pergunto se há socorrista no shopping. Para minha surpresa o rapaz diz que sim e que eu poderia solicitá-lo no guichê de pagamento do estacionamento. Tudo certo até então. Ao menos foi o que eu pensei.

- Moça, esqueci os faróis ligados e a bateria do carro arriou. Você pode me chamar o socorrista?

- Seu carro está onde?

- Bem ali - eu o tinha estacionado a pouco mais de dez metros do guichê - .

- Bem que eu tinha visto mesmo. Até comentei com a minha colega. Não sei como não chamaram o senhor pelo sistema de som - pega o interfone - alô, por favor, você pode vir aqui? O tio Xavier está com o carro sem partida. Como? Ah... entendi. Vou falar com ele. Tio, o senhor tem uma outra bateria para ligar o carro?

- Olha, seu eu tivesse outra bateria não teria pedido socorro. De mais a mais por que alguém carregaria uma bateria extra no carro?

- É que o socorrista tá falando que ele só tem o cabo de ligação. E precisaria de uma bateria pra ligar, mas ele não tem.

- Porra, mas cabo é o de menos. Até aqui no supermercado Extra deve ter, por uns quinze reais. O que eu preciso é de bateria.

- O senhor não tem algum conhecido para chamar?

- Como assim? Eu conheço vocês. Entrei no shopping, gastei dinheiro lá dentro e ainda paguei o estacionamento. Vocês são meus conhecidos e em um lugar deste tamanho e pago, tem que ter um socorro, no mínimo.

- O seu carro pode ser empurrado para dar um tranco?

- Não sei. Mas acho que não tem nenhum problema. Chama o cazzo do motoqueiro então pra vir empurrar.

- Alô, socorrista? Pode vir aqui pra empurrar o carro do tio? Como? Ahn... certo. Vou falar com ele. Viu tio, ele não pode vir agora. Ele sugeriu para o senhor pedir ajuda para alguma pessoa.

- Ah, claro! Há que ser uma pessoa pra me ajudar. As antas e os jumentos estão se mostrando incapazes. Um momento, que deve ter alguém que mande nesta bosta. Vou lá dentro e descubro já. Agüenta aí.

Saí decidido a mediunizar o cabloco Norris na gerência do shopping. Mas já haviam se passado dez minutos de quando decidi procurar ajuda. Dei uma chance pra bateria do carro e fui até ele. Virei a chave e ele, mesmo sem muita força, acabou pegando. Eu tinha uma porção de coisas para fazer e resolvi não dar cursos de atendimento a clientes para um bando de idiotas.

Já sabe agora: se for a esse estabelecimento e precisar de socorro, vá logo recebendo o caboclo Norris. Ou chame o socorro da sua seguradora. Porque no shopping de Guarulhos, sorry babe.

Um comentário:

JRP disse...

Porra, tio!
Você só se fode!