quinta-feira, 26 de julho de 2007

Fila é prá jacú - II: O Retorno

Poucas coisas são mais irritantes do que as filas. Sobretudo filas pra fazer algo pelo qual estamos pagando. Sinceramente penso que, uma vez que estamos pagando por algo, o prestador devia vir buscar o serviço em nossa mesa e trazer prontinho junto um café quente com pães-de-queijo.

Eu uso com muita freqüência os serviços dos Correios. É a empresa de Logística mais eficiente que há. Mas as filas nas agências me causam náusea. Agora inventaram a fila informatizada. Espalharam cadeiras por todo o salão, colocaram uma impressora de senhas na entrada e painéis que exibem os números de chamada. Então os resignados usuários pagantes - nós - nos sentamos nas cadeiras estofadas e até cochilamos nas demoras absurdas, que podem durar até cinqüenta minutos ou mais.

Recentemente, de saco cheio de gastar meus preciosos minutos com esse afazer e imbuído de um espírito totalmente sociológico, fiquei observando as filas, as chamadas e o comportamento das pessoas. Percebi que alguns números chamados não resultavam na ida de nenhum cliente ao guichê indicado. Analisei também que pessoas tiram números na maquininha e, depois de algum tempo, desistem da demora e se mandam. Portanto, quando chega a vez do dito cujo, o sistema de chamada indica a senha mas não tem cliente. Não tinha. Essa foi minha grande descoberta...

Observei que os caixa dos Correios não pegam os papeizinhos das senhas para conferência do número atendido. A oportunidade de ouro estava bem diante dos meus olhos. Bastaria perceber rapidamente quando o número chamado é de um desistente e tomar o lugar dele. Não é sacanagem. É uma espécie de doação póstuma de vaga. O doador não está lá, mas o atendente do balcão também não está preocupado com isso. Ele só tem que registrar que atendeu, para fins estatísticos de produtividade. E meu principal intuito nesse caso é colaborar com a produtividade dele.

Hoje, por exempo, eu estava com a senha D436. Olhei no painel e, para meu desolamento, estava no D399. Fora que tem três outras letras que são chamadas, com outras seqüências. Pois graças à minha perspicácia científica herdei o lugar do D405, que havia desistido de esperar. Levantei-me rapidamente e fui ao guichê indicado. Desse modo, em menos de cinco minutos garanti um lugar vip na fila. Não é sensacional?

Um comentário:

JRP disse...

Você colocou o nariz fora do cocô aonde todos os leigos estão imersos.
Sinal de sua grande inteligência e perspicácia.

Assim é a Terra Brazilis.