quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Quero um nariz vermelho em forma de bola

Aproximadamente três da tarde e o otário do tio estava a voltar dos Correios, onde postou uma carta e pagou duas contas de consumo atrasadas. Para quem não sabe, os Correios recebem contas, depósitos do Bradesco - camuflado como "Banco Postal" - vendem Tele-Sena, Carnê do Abravanel e uma infinidade de porcarias equivalentes. Além de - por enquanto - entregarem nossas cartas.

Na volta, antes de entrar aqui, me dirijo ao estabelecimento do andar de baixo, onde compartilho a geladeira e vou pegar uma de minhas garrafas de água mineral. Esparramado no sofá da recepção do local estava um policial militar. Ele é parceiro de patrulha de um tal candidato de quem já falei aqui. Após me cumprimentar vai me abordando:

- Ei tio, me dá seu nome completo.
- Meu nome? O que eu fiz dessa vez? Juro que não fui eu - brinquei -.
- É sério: to com o saco na lua hoje e ainda não fiz porra nenhuma.
- E o que eu tenho com isso?
- Você vai me ajudar. Não posso entregar minha planilha de serviço em branco. Então vou colocar aqui que te abordei no seu carro, ok?
- Ahn...
- Então, é tio Xavier do que?
- Hum... tio Xavier Bnackzevicz - disse a ele omitindo um de meus sobrenomes -.
- Legal! E qual seu RG?
- Vinte, dois meia nove, zero setenta e um - nem a pau que dou meu RG real prum porra desses -.
- Opa, beleza! Seu carro é um schultznevers hatchback né?
- ...
- Beleza! Já to anotando - e vi claramente ele copiar a placa de outro similar, só que de outro dono e de outra cor -.
- Valeu, tio! Mais duas ocorrências e eu fiz minha parte por hoje.

Subi para o meu escritório. Neste momento estou em minha mesa. Olho para as duas contas que paguei há pouco, mais a nota fiscal da sandália que comprei para meu sobrinho. O total de ICMS dos três passa de oitenta reais.

Somos ou não somos um bando de trouxas?

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