Nada como a internet! O paraíso da anarquia verborrágica, do conhecimento descomprometido com a Ciência, das confissões inconfessáveis e do entretenimento interativo! Recentemente localizei este blog. É de uma simpaticíssima, aparentemente bonita e agradável cidadã fluminense. Tendo-o salvo nos "favoritos" há uns dias, resolvi que hoje iria lê-lo de fio à pavio. Uma boa oportunidade de conhecer melhor a jovem mulher com quem brinco e sacaneio com certa freqüência, pois ambos participamos ativamente de uma comunidade do Orkut. Li e gostei. É líquido e certo que há uma pessoa interessantíssima por trás daquelas linhas.
Entre um post e outro encontrei este. Ele me fez mais uma vez pensar sobre o papel do homem no núcleo familiar, seja como pai, padrasto ou marido. Os escritos dela e as opiniões de uma série de outras mulheres com quem travo conversas divertidas, me causam uma quase-pena dos homens medianos. O homo-brasileirus típico deve ser uma criatura muito ruim, a crer pelas colocações da mulherada em geral. Senão, as passagens que ouço serão delírios pré-menstruais.
Em uma noite de quarta-feira qualquer fui filar o jantar no apartamento de uma amiga recém-separada. Está morando com a empregada e o filho de três anos. A pedido, eu corrigia alguma coisa no micro dela e jogávamos conversa fora. Foi quando na tv uma irritante e conhecida vinheta global seguida de uma irritante e conhecida voz galvano-buenista anunciaram mais um cláááááássico de futebol. A discreta empregada, em um dos raros chistes de intromissão, brincou com a patroa:
- Faço pipoca?
Diante da minha estranheza, a amiga explicou: o ex-marido transformava o apartamento onde moravam em uma sucursal do Pacaembú, nas noites de quarta-feira. Até onde soube, ele se tornava o único e ruidoso expectador na confortável arquibancada de couro. De posse de um barril de pipoca, vibrava, pulava e gritava, como se estivesse no meio da Gaviões da Fiel. Sei que a então mulher dele não se importaria se ele tivesse a mesma euforia para se divertir em outras ocasiões com a família ou simplesmente para dar atenção à ela e ao filho. Notem a condicional: se ele tivesse. Mas consta que o dito fã das quadras, gramados e de todas as variações futebolísticas, seria capaz de trocar o aniversário do filho pelo esporte bretão, fosse como protagonista, fosse como torcedor.


Por que será que é tão difícil para o marido mediano manter um envolvimento de qualidade com a cônjuge e com a prole? Por que será que a administração e manutenção do lar parecem coisas tão distantes e alieníginas para os homens em geral? O que os desinteressa tanto, quando os assuntos são dar um simples banho no filho, preparar uma mamadeira, acompanhar tarefas escolares, empenhar-se no preparo de uma refeição em família ou apenas e tão somente demonstrar afeto pela parceira? Perguntas que não querem calar. E assunto pra mais de metro.
São Freud, rogai por nós.
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