domingo, 23 de dezembro de 2007

Natal do quê mesmo?

Já se deu conta do quão egoísta se tornou essa lenda do Papai-Noel, sobretudo depois de apropriada pelo comércio? Do tal santo - o Nicolau - que distribuía presentes para as crianças pobres, a coisa foi deteriorando até que virou o evento anual do Mercado. A salvação para o comércio que chega de trenó, puxado por renas. As empresas de cartão de crédito e de empréstimo sugerem a todos deixarem a fantasia fluir, para resolver os pagamentos somente em janeiro na fatura de cartão de crédito e nos cheques pré-datados.

O Papai-Noel do Mercado, nada tem a ver com o espírito solidário inspirado pelas tradições cristãs de dividir os víveres e agasalhos com os necessitados, durante o cruel inverno nórdico. Nada em a ver também com o suposto aniversariante, embora a maioria já saiba que a data escolhida foi uma mera convenção, sendo que o Natal é uma tradição muito anterior à chegada dos cristãos.

Mas ontem ao passar pela Avenida Jabaquara aqui em Sampa eu quase tive uma parada cardíaca. Uma igreja cristã tradicional, anexa a um colégio idem, ostentava na pequena cobertura de telhado da porta frontal um enorme Papai-Noel inflável segurando uma rena por uma cordinha. Será que o responsável de lá estudou Teologia e sabe algo de fato sobre tradições natalinas cristãs? Que diabos faz um Papai-Noel no telhado de uma igreja? Fiquei com medo de entrar lá me deparar com um gigantesco pinheiro decorado e a figura do velho de barba branca e roupa vermelha, no lugar do esperado presépio com manjedoura. E olha que nem cristão eu sou.

Por tudo isso, resolvi postar essa singela homenagem. Ligue o som e aperte a tecla PLAY abaixo para ouvir uma linda canção natalina da extinta banda Garotos Podres. Reúna toda a família durante a ceia e reflita um pouco sobre o espírito natalino.

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