quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Tio, o homicida

Sexta passada, onze da manhã. Depois de visitar um cliente na ZeLê, vou buscar a cria na casa da avó dela para levá-la à escola. Já próximo da casa da Vovó Xavier percebo que tem um carro estacionado bem na frente da garagem. Bufo, passo bem devagar ao lado do bólido concorrente e paro emparelhado. Ninguém dentro e portanto nada a fazer por ora. Desço mais um metro e estaciono na frente dele. Olho pelo retrovisor, para ver se o carro está alinhado, e vejo um gato morto do lado do carro invasor. "Estranho não ter visto antes" - pensei - . Desço do carro, me aproximo do bichano e vejo um pouco de sangue próximo da cabeça. Provavelmente teria sido vítima de um cão ou acidentou-se. Ou foi envenenado, sei lá.

Recolhi minhas coisas e fechei a porta. Dei a derradeira espiada no infeliz e percebi que no lugar do pouco de sangue já havia um rio de sangue. Analisei a posição da vítima, a manobra que fiz e caiu-me a ficha: fui em quem passou com a roda de trás em cima da cabeça do infeliz. Olhei em volta com cara de Rowan Aktinson e saí de fininho do local do crime para só revelá-lo depois, às escondidas, para a minha mãe. Liguei para o Centro de Zoonoses pedindo para recolherem o cadáver. Que lamentável. Provavelmente a última das sete vidas dele se acabou debaixo do meu pneu. Amarelado e branco, o bichano devia ter uns 8 meses no máximo. Um adolescentinho, na contagem etária dos felinos. Has gone. Homicídio culposo.

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