sábado, 6 de maio de 2006

Notícia para quem precisa de notícia

Intrigante como a imprensa e a mídia em geral têm poder de fazer pessoas, de todas as classes sociais e níveis de escolaridade, repetirem bordões pelas ruas. Da repetição contante esses mesmos incautos passam a assumir o conteúdo dos bordões como sendo seus. Tornam-se mantras vibrando mentalmente após a repetição.

Para citar um caso corrente, falemos do "sapo barbudo". Antes de tudo, me exclua dos apologistas-zumbis do governo dele. Continuo achando o governo dele uma porcaria. Lamento ver muitos de meus ex-colegas de militância política apresentarem qualquer governante correligionário, como sendo o supra-sumo da governância, pois os exemplos ruins se superam a cada eleição. Só que as minhas críticas ao governo atual são por razões diametralmente opostas às da imprensa burguesa. São motivadas pelo não-cumprimento do ideário original, do fantástico movimento que culminou na eleição do atual presidente. Tenho orgulho de ter militado e construído a História durante as duas décadas passadas. Mas tivesse o programa original do movimento sendo seguido, mesmo que timidamente, aí sim veríamos verdadeiros torpedos nucleares anti-governo na mídia. Quem tá na chuva é pra se molhar. Mas voltando aos pobres diabos repetidores ele sequer sabem no quê e por que estão maldizendo o presidente. Apenas repetem. E à primeira pergunta sobre suas motivações mais profundas, costumam responder coisas como "Ahn... hum... sei lá, viu?". São os mesmos que reclamavam que as vendas estavam ruins porque o dólar estava alto e agora reclamam que as vendas estão baixas porque o dólar está muito baixo. Falta de conhecimento e preguiça mental, se não matam, aleijam o cérebro.

Os indicadores econômicos e sociais atuais são sem sombra de dúvida melhores do dos das últimas duas décadas. Em um país onde infelizmente se permite depender de know-how estrangeiro para tecnologia em geral - de eletroeletrônicos à telecomunicações - ter um dólar em uma banda razoável (2 x 1) permite à inúmeras empresas e lares o acesso à informática, telefonia, entretenimento doméstico e outros, sem os quais não é possível imaginar vida no mundo moderno. Minha modesta planilha de vendas indica hoje que até lojinhas de calçados possuem dispositivos que há cinco anos eram privilégios de grandes empresas multinacionais. Não são estatísticas, são fatos. O nosso paupérrimo crescimento da produção - que já está a esbarrar nos limites do parque energético - é absolutamente positivo, se comparado ao decréscimo que sofremos entre os anos 80 e 90. Os números da ocupação escolar idem. Estamos recuperando o contingente escolar nos níveis básico e médio e aumentaram as vagas de ensino superior. Nossa frota automobilística de passeio rejuvenesceu. A diversidade de marcas de produtos de consumo nas prateleiras traduz um silencioso movimento talibã de pequenas marcas, rumo ao glamour das venda em massa.

Mas os incautos preferem assistir à TV e resumir sua leitura de jornais às manchetes e capas de revista com foto-montagens e ilustrações que mais parecem cartoons de mau gosto. Tudo para não ter o doloroso trabalho do raciocínio crítico. E continuarão repetindo também que "política é assim mesmo" e que os únicos torcedores vândalos são os corinthianos. É mais cômodo.

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