terça-feira, 2 de maio de 2006

O petróleo é nosso e o gás é deles

Tudo bem. Você não tem dinheiro nem tecnologia para explorar determinado recurso energético. Aí eu vou na sua casa, faço um acordo de cooperação e co-fornecimento e entro com a caríssima tralha toda. E tudo vai bem.

Então você acorda uma manhã e - acostumado com a visão da tralha funcionando - deixa-se por um momento devanear e acha que a tralha é sua, já que está no seu quintal. E sobe com seus cabos eleitorais na minha tralha pra fazer bravata, dizendo que a festa acabou.

Sei que diplomacia internacional não se resolve assim. Mas haveria uma possibilidade de que eu fosse até minha tralha, retirasse meus amigos e pusesse fogo naquela merda (até parece que custou déirreal). Queria ver quanto tempo você agüentaria. Será que eu estou louco ou tem gente mais sem noção do que eu nesse mundo? Que raio de titica há na cabeça de um sujeito que preside um país do tamanho de nossa Minas Gerais, enclaveado pelo Chile e por um pedaço do Perú ficando sem acesso ao Pacífico, para achar de uma hora para outra que o acordo dantes não vale mais?

Posso estar total e obtusamente errado. Mas lembre: é minha grana e sua grana que estão lá. E, para quem não sabe, o fornecimento de gás de um número considerável de empresas brasileiras está comprometido. Os ramais do tal gasoduto são extensos e complexos aqui no Brasil. Tem empresas envolvidas, gente trabalhando na manutenção, outros abrindo novos ramais e por aí vai.

Sei não, mas acho que umas boas porradas nesse bravateiro não seriam de todo mal. Me dá um caça F-alguma-coisa, que eu convenço ele rapidinho na segunda manobra. Ah, com o piloto por favor, porque não sei nem onde liga.

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